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Larissa Almeida
Publicado em 24 de novembro de 2024 às 18:08
A chuva não foi impedimento para a chegada antecipada do clima carnavalesco em Salvador, mais especificamente no Largo do Campo Grande, que recebeu a 17ª edição da Caminhada Nacional do Samba, na tarde deste domingo (24). No Circuito Osmar (Campo Grande/Avenida/Praça Castro Alves), milhares de foliões participaram da festividade que também integra as comemorações do Novembro Negro, que reúne o Dia Nacional da Consciência Negra e o Festival Salvador Capital Afro.
Durante a caminhada de aproximadamente quatro quilômetros, nove trios elétricos ficaram responsáveis por embalar o público. A programação foi idealizada pela União das Entidades de Samba da Bahia (Unesamba). Nelson Rufino, que puxou o Bloco Amor & Paixão, destacou a importância do evento.
“A Caminhada Nacional do Samba é a afirmação de que o samba não pode morrer. O ritmo vive em todas as nuances da música popular brasileira. Essa iniciativa da Unesamba é de fundamental importância para o fortalecimento da cultura baiana. O samba é a água que alimenta a cadência da musicalidade do povo brasileiro”, destacou.
Jairo Mata, diretor da Unesamba, afirmou que o projeto Rota do Samba, que compreende não só a Caminhada, mas também Seminário Nacional do Samba ocorrido no dia 8 de novembro, é uma forma de fomentar o ritmo na Bahia. “A Festa do Samba não é somente um carnaval antecipada, mas uma forma de chamar a atenção do poder público para a criação de políticas voltadas para a valorização e conscientização do ritmo que emprega e alimenta o entretenimento baiano”, disse.
Nesta edição, o evento vai ajudar instituições que atendem famílias em situação de vulnerabilidade. Por isso, os foliões só conseguiram ganhar uma camisa da Caminhada após a doação de 200g de leite em pó. A troca foi feita em oito pontos da cidade.
Quem enfrentou o mau tempo pôde aproveitar o reportório do bloco Alvorada, que teve como atrações a Ala de Canto do Alvorada e o Grupo Movimento; o trio Alerta Geral, que levou a cadência do Swing do Fora e Pagode Total; o trio Samba Trator, com o grupo Proibido Proibir e Terra Samba, e participação de Fuzukda.
Também foram atrações o trio Reduto do Samba, com Samba do Xandy; Vem Sambar, com o Samba do Pretinho; Samba Popular, com A Grande Família, e Q Felicidade, com Oz Favoritos e participação do Simplesmente Nós.
Morador de Jacobina, o folião João Carlos Viana, 50 anos, nunca perdeu uma única edição da festa e celebrou mais uma participação. “Isso aqui é bom demais. Venho desde que meus pais ainda eram vivos, eles gostavam muito dessa festa. Durante a pandemia de covid-19, quando não aconteceu, ficamos sentindo falta”, contou. A foliã Mara Santana, por sua vez, garantiu que só iria embora após o fim. “Samba é tudo de bom. Enquanto tiver trio passando, estarei sambando", prometeu.