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BYD confirma atraso em obras e produção de carros só começará em março de 2025

Galpão será responsável por montar os carros da empresa; fabricação completa deve começar em agosto

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 17:18

BYD
BYD Crédito: THUANE MARIA/GOVBA

Após atrasos no cronograma original, a produção dos carros da montadora chinesa BYD no Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, começará em março de 2025. O anúncio foi feito pela CEO da BYD nas Américas e na Europa Stella Li durante coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (02).

Inicialmente, a BYD tinha a expectativa de iniciar a montagem dos carros no segundo semestre de 2024. Procurada, a empresa confirmou o atraso e afirmou que o adiamento é previsto em obras de grande complexidade e que não foge do cronograma previsto pela montadora chinesa.

Até o momento foram investidos R$5,5 bilhões no projeto. A entrega do espaço conclui a primeira etapa das obras realizadas pela BYD. No local será feita a montagem dos veículos, que serão feitos na China. Em fase final de obras, o complexo já recebeu parte dos equipamentos que serão utilizados no processo, além de peças dos modelos Song Pro e Dolph Mini que estão sendo armazenadas no Polo Petroquímico para serem montadas na Bahia.

O projeto também prevê um galpão para inspeção e para o teste dos carros, que serão entregues em março. Os carros começarão a ser fabricados na Bahia após a entrega do restante dos galpões incluídos no projeto, que está prevista para o mês de agosto. A produção inicial será de 150 mil carros por ano, com capacidade de expansão para até 450 mil.

“Temos relação com todas as entidades para que possamos abrir oportunidades para empresas interessadas investirem na nossa cadeia produtiva. Estamos interessados em realizar a fabricação dos componentes participantes na Bahia, para que possamos ter cada vez mais componentes brasileiros no nosso carro e encorajar possíveis investidores”, disse o vice-presidente sênior da empresa no Brasil, Alexandre Baldy.

Além do início da montagem dos carros, a empresa anunciou um novo motor flex para modelos super híbridos, a partir da combinação entre a eletricidade e o etanol, e que será fabricado no Polo Petroquímico. De acordo com Stella Li, a operação deve gerar 10 mil empregos até o final de 2025, com meta de contratar 20 mil pessoas até o final de 2026. Cerca de 2 mil novas vagas de trabalho serão abertas em janeiro para a operação industrial, 3 mil em março e outras 5 mil entre julho e agosto.

“Com a contratação de 10 mil trabalhadores, estamos não apenas impulsionando a economia local, mas também contribuindo para o desenvolvimento de uma cadeia de valor mais verde e eficiente. Estamos transformando Camaçari no Vale do Silício da América Latina, construindo um grande centro de P&D, treinando engenheiros e técnicos locais para liderarem em inovação. E isso é apenas o começo”, falou.

Ainda segundo a diretora, a empresa tem planos de realizar parcerias com universidades e colégios para capacitar estudantes na China. Alexandre Baldy informou que 170 trabalhadores brasileiros foram levados para o país asiático para realizar treinamentos na empresa. O plano é que mil pessoas passem pelo processo em 2025.

O complexo camaçariense será o maior conjunto industrial construído fora da China. O local abrigava a linha de montagem da Ford, que encerrou suas atividades no Brasil em 2021. Parte dos galpões que pertenciam a empresa americana serão demolidos, mas ainda não há definição quanto ao que será construído no lugar. Além de Camaçari, a BYD possui fábricas nas cidades de Campinas, em São Paulo, onde são produzidos painéis solares e chassis de ônibus elétricos, além de Manaus, onde são produzidas baterias para ônibus.

"Este projeto simboliza a atração de investimentos, geração de emprego e renda, avanço tecnológico e o desenvolvimento sustentável que trabalhamos diariamente para promover em nosso estado", declarou o governador Jerônimo Rodrigues.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro