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Millena Marques
Bruno Wendel
Publicado em 2 de fevereiro de 2025 às 14:11
Centenas de apreciadores e devotos de Iemanjá lotam as ruas do Rio Vermelho neste domingo (2), dia oficial da rainha do mar. No carramanchão, o presente principal recebe os últimos ajustes de ser entregue às águas. Mãe Diana de Oxum, uma das responsáveis pela ornamentação, destaca a importância da >
“É dia de festa no mar, de saudar nossa rainha Iemanjá. Hoje, nosso povo vem saudar Iemanjá. Justamente hoje nós estamos salvaguardando esse bem, que é patrimônio imaterial da nossa cidade”, diz mãe Diana, 57, que participa da festa há uma década.>
A tradição soteropolitana surgiu em 1923, uma iniciativa dos pescadores que resolveram oferecer presentes à matriarca espiritual das águas, com a expectativa de que Iemanjá resolvesse o problema da escassez de peixes. >
“Esse bem pertence aos pescadores, protagonistas da festa. O mais importante ao fazer isso (celebrar Iemanjá), é que gente protege o nosso patrimônio, a nossa ancestralidade”, conclui mãe Diana. >
Repleto de flores as cores azul, branco, vermelho e amarelo, o presente ainda recebe alfazema. As embalagens de vidro, no entanto, não vão ao mar. Essa é uma das formas de reduzir os impactos da poluição nas águas.>
A Yalorixá Elenice Oliveira, do Terreiro Olufanjá, em Tancredo Neves, foi responsável pela preparação do principal presente para Iemanjá, entregue pelos pescadores no “Buraco de Iaiá” – uma formação natural em forma de concha localizada a três milhas náuticas da costa.>
O ritual é conduzido com discrição e inclui flores, alimentos sagrados como ebó, arroz e feijão, além de outros elementos que permanecem em segredo dentro da tradição.>