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Elaine Sanoli
Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 06:00
Na última terça-feira (4), tomou conta do X (antigo Twitter) o debate sobre os azulejos do Palacete Tira-Chapéu. Teve quem viu pela primeira vez e se espantou e quem já era um velho conhecido do "Manji", símbolo associado ao budismo, representativo de prosperidade e boa sorte. Apesar da origem o símbolo foi utilizado pelo nazismo alemão a partir dos anos 20, do século passado. >
O discussão começou com uma foto da Tia Má, que, ao visitar o prédio pela primeira vez, ficou chocada com a presença do símbolo. A negatividade carregada pela associação gera questionamentos quanto aos possíveis usos do emblema, mas, apesar da apropriação eles possuem pequenas diferenças. >
"As suásticas tem pequenas diferenças entre elas, não são exatamente iguais, tem algumas que são mais finas, tem algumas que aquele símbolo dá uma girada, se você olhar a grafia", argumenta o professor de história Murilo Mello. >
A 'girada', mencionada por Mello, diz respeito a versão utilizada pelo nazismo alemão, em que o símbolo é inclinado em 45º, enquanto a suástica budista tem seus traços planificados, como é possível ver em uma das placas sinalizadoras incluídas no Palacete Tira Chapéu após obra de restauro. >
"O símbolo representado na imagem tem origem milenar, sendo utilizado em várias culturas antigas, como a hindu, budista e greco-romana, simbolizando boa sorte, prosperidade e harmonia com o universo. No Palacete Tira-Chapéu, edificado em 1917, o símbolo é mantido em seu formato original, refletindo a expressão artística e cultural da época, muito antes de ser apropriado e distorcido após a década de 1930. Ele deve ser compreendido dentro deste contexto histórico, sem vínculos com ideologias posteriores", argumentou o Palacete.>