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Carol Neves
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 10:31
Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20) com um plano ambicioso para realizar a maior deportação em massa da história. O presidente norte-americano anunciou que o país enfrentaria um processo massivo de expulsão de imigrantes irregulares, incluindo aí os 230 mil brasileiros que vivem nos Estados Unidos de forma ilegal, segundo O Globo. Esse número é quase equivalente à população de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, que conta com aproximadamente 214.000 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). >
No seu discurso inaugural, Trump declarou emergência nacional na fronteira sul dos Estados Unidos e anunciou o envio de tropas das Forças Armadas para reforçar a segurança na região. Além disso, afirmou que retomaria a política "Fique no México", instituída durante seu primeiro mandato, e que tomaria medidas rigorosas para interromper a entrada ilegal no país.>
"Vamos impedir todas as entradas ilegais e iniciar o processo de deportação de milhões de imigrantes criminosos, enviando-os de volta para os seus países de origem. Vamos reinstituir a política 'Fique no México'. Vamos acabar com a prática de captura e liberação. Vou enviar tropas para as fronteiras do sul para conter essa invasão que vem acontecendo em nosso país", afirmou Trump.>
O novo presidente também anunciou que invocará a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, uma medida excepcional usada em momentos de guerra. Essa legislação permite a detenção e deportação de indivíduos com base apenas na sua origem, sem a necessidade de julgamento por um juiz de imigração. Historicamente, essa lei foi usada para deportar imigrantes e seus familiares, além de forçar 37 mil pessoas a viverem em campos de concentração.>
"Com base nas ordens que assinei, também classificaremos os cartéis como organizações terroristas estrangeiras. Usando a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, instruirei nosso governo a mobilizar as forças policiais federais e estaduais para erradicar todas as gangues estrangeiras e redes criminosas que trazem violência e destruição para nossas cidades e comunidades", disse o presidente.>
Além disso, Trump também assinou um decreto que visa acabar com a cidadania automática para bebês nascidos nos Estados Unidos de pais em situação ilegal no país. A medida reinterpreta a 14ª Emenda da Constituição, que atualmente garante a cidadania a qualquer pessoa nascida em solo norte-americano, independentemente da situação migratória dos pais.>
Esta mudança proposta por Trump, ao reverter um direito garantido pela 14ª Emenda, deve enfrentar desafios jurídicos, uma vez que tal interpretação contraria a constituição americana. A medida busca intensificar o controle sobre a imigração ilegal.>