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Equipes estão caminhando até 2h na mata com equipamentos para conter as chamas
Gil Santos
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 16:06
A Bahia já registrou 422 incêndios florestais este ano. Segundo os profissionais, em 95% dos casos, o fogo começa por ação humana, que usa esse recuso para queimar lixo ou limpar terreno e perde o controle da situação. Setembro é o período mais crítico por conta do clima seco, e a região oeste do estado é a mais prejudicada. Equipes estão caminhando até 2h na mata, carregando equipamentos, para conter as chamas. Atualmente, 145 bombeiros estão combatendo o fogo em 15 municípios baianos.
Nesta segunda-feira (16), o comandante geral Adson Marchesini não pôde comparecer à reunião de balanço de ocorrências da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), porque está acompanhando os trabalhos em Muquém do São Francisco. O comandante de operações, coronel Jadson Almeida, explicou que a região oeste é a mais afetada, principalmente os municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Muquém do São Francisco, Formosa do Rio Preto e a área da Chapada Diamantina.
"Pesquisas já mostraram que mais de 95% dos incêndios florestais têm causa humana, não são causas naturais. Uma pequena parte é intencional e uma grande parte é por imperícia e imprudência. Em setembro, as ocorrências aumentam devido às áreas secas e ao aumento da temperatura. Temos seis bases no interior, estamos com cinco ativas, e com 145 bombeiros atuando, com 34 viaturas, em 15 municípios", afirmou.
Foram 1.085 ações preventivas realizadas pelo Corpo de Bombeiros e 59 municípios atendidos no combate às chamas em 2024. O comandante lembrou que colocar fogo em vegetação é crime e que pode causar sérios danos a áreas de proteção ambiental, em comunidades quilombolas e indígenas, além de colocar em risco a fauna e a flora.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já mostravam a gravidade da situação no ano: foram 346 focos de queimadas só no mês de agosto, sendo 68% dos casos no oeste do estado. Ainda segundo o Inpe, em 2024, os baianos já contabilizam 2.826 ocorrências.