Bombeiros Challenge: conheça baiano que venceu prova nacional do Corpo de Bombeiros

Allan Serra é soldado da corporação e foi campeão na prova 'Bombeiro de Aço'

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 06:00

 O soldado Allan Serra, 29 anos, venceu a prova ‘Bombeiro de Aço’, em Brasília
O soldado Allan Serra, 29 anos, venceu a prova ‘Bombeiro de Aço’, em Brasília Crédito: Marina Silva/CORREIO

A primeira edição do Bombeiros Challenge Brasil, competição nacional entre os batalhões do Corpo de Bombeiros, terminou com um baiano no lugar mais alto do pódio. O soldado Allan Serra, 29 anos, venceu a prova ‘Bombeiro de Aço’, uma simulação de combate ao incêndio e resgate à vítima. A competição foi realizada em Brasília, entre os dias 30 de julho e 5 de agosto.

A prova é composta por um circuito onde os participantes devem concluir no menor tempo possível. Os atletas iniciam no solo, usando o equipamento necessário para o combate ao incêndio, que pesa cerca de 30 quilos. Eles devem subir três andares enquanto seguram um fardo de mangueira de 20kg e, já na parte de cima, devem içar um outro fardo de 2,5 polegadas (6,35 centímetros). Além de Allan, outro baiano participou da prova: o soldado Oscar Júnior.

“Em seguida, descemos as escadas onde tem um simulador de arrombamento, composto por um bloco que deve ser deslocado por um metro, com uma marreta. O peso pode variar entre 50 e 80 kg, de acordo com a prova. Depois, saímos correndo e fizemos um zigue-zague de 30m e simulamos uma varredura nos cômodos da casa. Depois, pegamos a mangueira e vamos até o foco do incêndio, atingimos o foco e vamos para a parte final, que é retirar a vítima que, geralmente, tem 80kg e arrastar por 32 metros até a linha de chegada”, explica.

A competição é dividida por categorias, de acordo com a idade dos participantes e ocorre em duas etapas: fase classificatória e final. Allan concluiu a primeira fase em 1 minuto e 55 segundos, garantindo a terceira posição. Na final, ele reduziu seu tempo em 20 segundos, terminando o percurso em 1 minuto e 35 segundos, conquistando o primeiro lugar.

“É uma prova que é bastante cansativa, porque exige muita explosão e velocidade. O peso é o dobro do que costuma ser utilizado nas provas realizadas aqui no Brasil, já que temos que usar botas, luvas e outros equipamentos que são mais pesados e simulam as provas realizadas no exterior. Além disso, eu tive um pouco de dificuldade com o percurso, que é diferente do habitual

A vitória classificou o baiano para a etapa mundial, que será realizada em junho de 2025, nos Estados Unidos. Essa não é a primeira vez que Allan participa desse tipo de competição, tendo começado nas provas do ‘Bombeiro de Aço,’ em 2022, enquanto concluía o curso de formação para os novos soldados e competiu nos estados de São Paulo, Paraíba e Rio Grande do Sul, tendo vencido uma etapa em 2022. “Antes, nós tínhamos provas organizadas pelas corporações estaduais, onde os soldados do Brasil inteiro iam para prestigiar. O Bombeiro Challenge foi diferente das outras porque foi feito em duas etapas, quando, geralmente, só fazíamos o percurso uma vez. Para me preparar, eu faço musculação, fortalecimento, além de treinos específicos no quartel, que simulam uma parte da prova”, conta.

O soldado entrou no Corpo de Bombeiros em 2021, após ser aprovado em concurso. Ele passou cerca de onze meses no curso de formação e começou como soldado, em junho de 2022. Ele conta que o desejo de ajudar as pessoas aliado à prática de esportes, como corrida e natação, o incentivaram a escolher a Corporação.

“Agora, eu me dedico a competir e a ajudar as pessoas. Essa prova é um preparo para a rotina diária, porque eu percebo que estou muito mais confortável em uma ocorrência do que os meus colegas que não treinam. A diferença no preparo físico e na intimidade com o equipamento fica evidente. Essa conquista mostra que todo o esforço valeu a pena, além de motivar meus colegas a entrarem no esporte. Isso ajuda na operação, porque, uma tropa bem treinada, se desgasta menos e consegue responder melhor às ocorrências”, finaliza.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela