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Maysa Polcri
Publicado em 14 de maio de 2024 às 06:00
Durante a madrugada, o primeiro desconforto aparece. As pontadas no estômago e a ânsia de vômito são suficientes para tirar o sono e levar o doente até o banheiro. Cena que se repete ao longo de um, dois ou até quatro dias, a depender da gravidade do quadro. Se você vivenciou momentos semelhantes e mora em Salvador, é provável que tenha se contaminado com o norovírus.
A doença que causa vômitos, diarreia e febre já causa surto na capital baiana, segundo especialistas, mas quando é preciso se consultar com especialistas? A característica mais incômoda da virose intestinal também é a que representa mais risco. Quanto mais vezes o paciente vai ao banheiro, maiores são as chances de desidratação.
O quadro é mais preocupante quando atinge idosos, crianças e pessoas com comorbidades. “A diarreia preocupa quando o paciente fica desidratado, então é importante ficar atento aos sinais. Coração acelerado, boca seca e diminuição da urina são alguns dos sinais avaliados. Além disso, se o paciente está vomitando muito e não consegue ingerir líquidos”, explica a médica infectologista Clarissa Cerqueira.
Em casos graves, é recomendado que os pacientes sejam internados para receber soro e medicação na veia. “Quando o paciente tem mais de seis evacuações por dia, em grande quantidade, associada a vômitos e está sem conseguir ingerir líquidos, é preciso buscar atendimento médico de emergência. Alterações do nível de consciência, com confusão mental, também devem ser considerados”, ressalta o infectologista Victor Castro Lima.
O vírus consegue resistir mais tempo fora do corpo humano do que outros microrganismos, o que explica o grande número de episódios em um curto período de tempo. A transmissão se dá pelo contato com pessoas doentes, compartilhamento de objetos, além de água e alimentos contaminados.
A velocidade de transmissão da virose chama atenção. Logo após ter os primeiros sintomas do norovírus, Carlos Amorim, 25, viu outras quatro pessoas próximas ficarem doentes. Inclusive um bebê, de menos de 2 anos. “Amigos que estiveram comigo no final de semana também tiveram quadros de virose, mas cada um reagiu de uma forma. Ficamos sem saber se foi, de fato, a mesma doença, e se um passou para o outro”, conta.
No caso de Carlos, os principais sintomas foram diarreia e vômito. “Cheguei a pensar que pudesse ter sido algo que comi no dia anterior, mas passei o dia me sentindo mal”, fala. Segundo a médica Clarissa Cerqueira, as viroses, diferente das intoxicações alimentares, têm quadros mais longos.