Barraqueiros e comerciantes estimam aumento de clientela com nova orla da Praia do Flamengo

Ao cruzar a Rua Professor Antônio Augusto Machado e avistar a praia, quem precisa de um ponto de referência indica o bar e restaurante de Rose Souza, 48 anos. Não à toa o nome do local é Point da Rose. Há 20 anos trabalhando em frente a orla da Praia do Flamengo, ela já viu de tudo um pouco naquela região e, atualmente, se diz feliz com as mudanças realizadas no bairro, após a requalificação de dois quilômetros da orla. Isso porque, ela e outros comerciantes locais, assim como barraqueiros e ambulantes, estimam o crescimento da procura por parte da clientela após as melhorias.

“Estava muito desorganizado, sem atrativo para o turista, uma coisa muito feia, agora está tudo muito bonito. Essa requalificação foi  importante porque vai atrair mais turistas. Estávamos precisando e eu estou muito feliz. Se antes era 70% de procura da clientela, agora vai ser 100%”, projeta.

Garçom na barraca Caminho do Mar, Gilvan Sobral, 37 anos, foi indicado pelo proprietário do estabelecimento para falar sobre a expectativa após a requalificação da orla da Praia do Flamengo. Segundo ele, a maior esperança é também em relação ao aumento do fluxo de clientes. “A obra ficou muito bonita e ajudará bastante o movimento. A ciclovia também ficou muito maravilhosa. Isso tudo ajuda muito o turismo, que já está voltando. Ficamos quatro meses em decadência, nosso movimento caiu entre 50% e 70%, mas agora voltamos ao normal”, conta.

Às margens da praia, o trio que comanda o Acarajé da Tânia se anima com a possibilidade de atração dos turistas. Luan Sousa, 23 anos, ajuda a mãe Tânia a atender os clientes e afirma que o movimento no tabuleiro de acarajé tinha decaído consideravelmente por conta das condições do local. “Antes era só areia, não tinha nada. Agora tem um gramado, um coqueiro que o povo pode vir querer tirar foto”, aponta. Por sua vez, a atendente Kelly Santos, 21 anos, vê na requalificação uma oportunidade. “Os turistas vão gostar e nós acabamos nos beneficiando com isso”, afirma.

Com a criação da ciclovia, quem se beneficiou diretamente foi o repositor Adrian Santos, 18 anos. Funcionário de um mercado do bairro, ele é o responsável pelo transporte de água e água de coco para as barracas e condomínios da Praia do Flamengo, locais onde costuma ir de bicicleta. “Aqui é melhor para eu poder passar com a bicicleta”, diz, apontando para a ciclovia. “Também vai melhorar bastante para o mercado, porque virão mais turistas e vão ter mais entregas, como de água de coco, que é algo que sai direto”, pontua.

A pavimentação dos passeios foi a grande vantagem vista pelo ambulante de 52 anos, conhecido no bairro como Cláudio Sucesso. “Ficou bem melhor para passar quando a maré está cheia. Antes, eu não podia transitar empurrando o carrinho na areia. Agora, eu venho para o passeio e tenho boas vendas também, porque há uma quantidade de clientes que moram aqui e são fundo para essa requalificação, que melhorou bastante a nossa cidade”, diz.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo