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Esther Morais
Publicado em 22 de novembro de 2024 às 09:26
Uma bancária de Salvador será indenizada em R$ 30 mil após ser apelidada de "Smurfette" e ouvir comentários de teor machista do gerente-geral no trabalho. Na decisão, a Justiça reconhece que o Banco Bradesco S/A, onde aconteceu a denúncia, tem responsabilidade pela conduta discriminatória em relação às mulheres da agência.
A funcionário atuava como gerente de relacionamentos, mas foi demitida enquanto estava grávida. Ela também relatou que era chamada com nomes impróprios e ouvia comentários sobre seu marido supostamente estar em um relacionamento extraconjugal. Uma testemunha confirmou que o chefe da agência deu um apelido à bancária e, em reuniões, fazia “brincadeiras” dizendo que aplicaria injeções de anticoncepcional nas mulheres da agência.
A mulher entrou com um processo pedindo o reconhecimento do período onde teria estabilidade pela gravidez, além de uma indenização por dano moral pelas ofensas sofridas.
O caso foi julgado pela 20ª Vara do Trabalho de Salvador. A juíza Alice Pires garantiu o direito à estabilidade, visto que a funcionária já estava grávida antes do fim do contrato. Sobre o dano moral, destacou os relatos de cobranças excessivas, constrangimentos e humilhações.
O Bradesco recorreu, mas o relator do caso, desembargador Edilton Meireles, manteve a sentença. Ele afirmou que a bancária comprovou, por exames, que estava grávida de seis semanas. O desembargador ressaltou também que os comentários do gerente-geral "demonstram uma conduta discriminatória". O voto foi seguido de forma unânime pelos desembargadores Marcos Gurgel e Luíza Lomba.
A reportagem procurou o Bradesco para saber se o banco tem interesse em se pronunciar sobre o caso e aguarda retorno. A unidade em que ocorreu o caso não foi revelada.