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Larissa Almeida
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 02:15
Não importa o tamanho nem a quantidade. Pode ser uma lembrancinha ou algo valioso, mas o que não pode é deixar de presentear no Natal. A tradição é levada tão a sério pelos baianos que quem ainda não comprou já tem em mente o máximo que pode gastar. Assim como no ano passado, o limite é de R$ 300, segundo pesquisa da TIM Ads, plataforma que faz levantamentos rápidos a partir da base de clientes da TIM. Dos 3,3 mil entrevistados, 39% definiram o Pix como meio de pagamento predileto para as compras natalinas.
As entrevistas da TIM Ads ocorreram entre 28 de outubro e 3 de novembro. No total, 67% dos entrevistados disseram que comprariam até R$ 300 em presentes de Natal. O valor foi o mesmo indicado pela maioria dos entrevistados em outros quatro estados do Nordeste: Paraíba, Sergipe, Piauí e Pernambuco. Os demais estados nordestinos demonstraram intenção de gastar até R$ 100 em presentes de Natal, à exceção do Ceará, que teve empate no percentual de gastos de até R$ 100 e de até R$ 300.
O público da pesquisa foi majoritariamente jovem (74% até 35 anos) na Bahia. Além das intenções de consumo, o levantamento explorou como os baianos planejam celebrar a festa. A maioria (38%) vai optar por comemorações em casa, com quem já mora, enquanto 35% afirmaram que pretendem passar a data com familiares e amigos próximos.
A analista financeira Julliane Matias, 28 anos, não vai passar o Natal próxima dos pais, mas já está planejando um modo de se fazer presente. Com intenção de gastar no máximo R$ 300, ela conta que vai usar o décimo terceiro para pagar o mimo deles e dos respectivos cônjuges, bem como do próprio marido.
“Estou procurando algo que eles possam consumir na noite de Natal, já que não estaremos juntos. Algo como vinho ou chocotone. Não fui criada dando ou recebendo presentes, mas para mim isso é importante e acabei criando esse costume. Pretendo pagar no Pix com a segunda parcela do décimo para não entrar o ano com dívidas”, afirma Julliane.
Brenda Assis de Antão, 25 anos, que é estudante de Ciências Sociais, tem o objetivo de gastar até R$ 50 em um presente para a prima adolescente. Ela admite que não costuma presentear no Natal porque prefere se dedicar a essa tarefa nos aniversários das pessoas queridas, mas abriu exceção por conta de um amigo secreto entre primas. Agora, a missão é encontrar a lembrancinha ideal.
“Acessório, livro ou algum disco de vinil. Estou buscando algum presente que sintetize simbolicamente os gostos da minha prima, que está na fase da adolescência e ter uma percepção detalhada do que ela prefere é algo importante. Seja o que for, devo pagar no cartão ou Pix”, diz Brenda.
Por sua vez, a designer Schaira Vitória, 22 anos, quer gastar entre R$ 200 e R$ 300 em uma passagem aérea para trazer a avó para passear em Salvador. “Sou de São Paulo, mas estudo em Salvador e quero que minha avó passe um tempo comigo em fevereiro para aproveitar o verão. Ela é apaixonada pela cidade e eu gosto muito de presentear as pessoas que amo, principalmente minha família. Acredito que a magia do Natal se reflete nisso”, ressalta.
O varejo baiano deverá ter o dezembro mais lucrativo em dez anos, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio BA). Segundo a entidade, diferente do ano passado – quando o varejo em dezembro cresceu apenas 1,2% –, é esperado crescimento de 13% no varejo e um faturamento de R$ 22,2 bilhões. Se o resultado for confirmado, será o melhor desempenho para o período desde 2015.
“O comércio chega com toda a força neste final de ano, com a expectativa do seu melhor desempenho em quase 10 anos. A base desse resultado está sólida, com uma baixa taxa de desemprego, inflação menor do que há um ano, crédito ainda abundante, inadimplência em queda e recursos importantes do 13º salário. É um grande momento não apenas para o comércio, mas também para a economia baiana”, destaca Kelsor Fernandes, presidente do Sistema Comércio BA.
Somente o 13º salário deverá injetar R$ 14,5 bilhões na economia do estado, dos quais R$ 4,8 bilhões devem ser direcionados para o consumo. Esse número está alinhado com as expectativas de vendas, considerando que metade do recebimento ocorrerá a partir da segunda parcela, que será depositada até o dia 20 de dezembro.
Para Paulo Motta, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), as festas de final de ano fazem de dezembro o mês mais importante para o varejo. “Estamos com a perspectiva de fechar o ano com produtividade, porque dezembro é um mês de expectativa de geração de emprego e a possibilidade de ter negócios mais lucrativos, criando base para 2025”, finaliza.