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Gilberto Barbosa
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 21:16
A vitória do empresário Donald Trump nas eleições para presidente nos Estados Unidos repercutiu entre os baianos que vivem em solo americano. O republicano teve sua vitória confirmada na manhã desta quarta-feira (6) após conseguir os 270 votos necessários para garantir a maioria no colégio eleitoral americano. Até a noite de quarta, Trump tinha 295 votos, contra 226 da candidata derrotada Kamala Harris.
Além da presidência, os republicanos conseguiram outras duas vitórias importantes na eleição. A legenda terá o controle do Senado americano e da Câmara dos Representantes, equivalente a Câmara dos Deputados. O resultado garante uma maior governabilidade para o presidente eleito, que também conta com maioria conservadora na Suprema Corte.
Natural de Salvador, o estudante universitário Ryan Funch mora no estado americano de Wisconsin, onde Trump venceu por uma vantagem de 30 mil votos. Para ele, o tamanho do poder do republicano representa um risco para a estabilidade do país. “Não há mais pesos e contrapesos. O presidente tem imunidade presuntiva ou completa para quase todos os seus atos e os burocratas que frearam os piores impulsos no primeiro mandato podem ser demitidos. Trump nega que implementará o Project 2025 ou que abandonará os princípios constitucionais, mas, se a democracia persistir, será sorte”, afirmou.
A adestradora Fernanda Araújo vive na cidade de Austin, no Texas. Devido às pesquisas e ao clima na região onde vive, ela tinha a expectativa de um resultado apertado e que resultasse na eleição de Kamala Harris. “É um resultado que eu não esperava e nem desejava, por isso me sinto decepcionada. Estou um pouco chocada, mas também temerosa por saber o que isso vai significar a curto e longo prazo para as minorias e os imigrantes, principalmente os latinos”, falou.
Um dos maiores estados americanos, o Texas é conhecido pela alta presença de imigrantes, um dos públicos mais atacados por Trump, que conquistou 56% dos votos locais. Além da decepção com o resultado, o sentimento preponderante é o de temor pelos estrangeiros que vivem na região.
“Dentre a população latina percebemos bastante medo, principalmente por conta da promessa de deportação em massa. Eu tenho contato com mães latinas e elas sentem muito receio de suas famílias serem separadas. Muitos sentimentos negativos foram insuflados entre os americanos sobre os imigrantes e isso pode resultar reações xenofóbicas, como um 'simples' maltratar ou em agressões maiores e mais violentas”, relatou a adestradora.
Para o jornalista Carlos Borges, que mora há 34 anos em Fort Lauderdale, no estado da Flórida, o resultado é consequência de uma campanha com menos atritos por parte do republicano e podem refletir nas campanhas eleitorais em outros países.
“Essa vitória será um fator de enorme reenergização das direitas, moderadas e extremas, em todo o mundo. Há muita euforia entre os republicanos e muita cabeça inchada nos democratas que deverão se reinventar para 2028, já que Trump não pode concorrer a um terceiro mandato e a onda de mudança geracional vai ser mais forte do que nunca”, disse.
*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva