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Diversidade faz a festa na Lavagem de Itapuã

Tradição que começou no século XIX foi realizada com direito a samba e trios elétricos nesta quinta (1º)

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 16:39

Baiana enfrenta o calor e carrega fé e tradição com os trajes típicos  durante cortejo Crédito: Arisson Marinho/ CORREIO

O vendedor ambulante Cláudio Cerqueira, 52 anos, participa há tantos anos da Lavagem de Itapuã que nem recorda mais quando teve início a própria atuação. No início, ele seguia o cortejo por devoção, mas, com o tempo, passou a ver na festa a possibilidade de negócio. Ele foi uma das milhares de pessoas que percorreram os quase 2 km entre Piatã e a igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, para celebrar a devoção a essa titulação de Maria.

"Há 40 anos, eu trabalho vendendo amendoim na praia. Em 2014, com a crise econômica, passei a vender também picolé. Mandei fazer um carrinho, criei músicas autorais para as vendas e deu certo. Isso impulsionou. Eu sempre vinha à festa pela fé, mas há dez anos estou vindo também para trabalhar", contou Cláudio Sucessos, como é conhecido.

O carrinho de picolé, que é o local de trabalho do ambulante, é um elemento à parte na festa. A estrutura amarela é de madeira e ferro, tem uma bateria na base e duas caixas de som acopladas, por onde escapam as canções de Cláudio Sucessos.

Mas a festa de Itapuã tem muito mais personagem interessantes e, entre eles, estão as baianas de acarajé, que realizam o desfile mais aguardado da festa e deixaram a concentração depois das 11h. Tereza Alves, 63 anos, é baiana há 43 anos e participa da festa desde a última década. "Essa festa é feita de muito amor, respeito e carinho. Hoje, não tenho nada para pedir, apenas para agradecer. Quando começo a me arrumar, colocar minhas vestes, fico feliz. Faço isso sorrindo e agradecendo a Deus e aos orixás", explicou.

A tradição surgiu no século XIX, quando pescadores resolveram homenagear Nossa Senhora da Purificação. Na década de 1940, a referência tornou-se Nossa Senhora da Conceição de Itapuã e assim continua até os dias atuais. A festa foi incorporada pelos candomblecistas e passou a ser um momento de devoção para as duas religiões. Para a publicitária Fernanda Rodrigues, 37 anos, turista natural de São Paulo, o bom convívio entre as duas religiões é algo que deve ser celebrado.

Mães sagradas

A tradição surgiu no século XIX, quando pescadores resolveram homenagear Nossa Senhora da Purificação. Na década de 1940, a referência tornou-se Nossa Senhora da Conceição de Itapuã e assim continua até os dias atuais. A festa foi incorporada pelos candomblecistas e passou a ser um momento de devoção para as duas religiões.

Para a publicitária Fernanda Rodrigues, 37 anos, turista natural de São Paulo, o bom convívio entre as duas religiões é algo que deve ser celebrado.

"A gente ouve falar que, na Bahia, as religiões conversam e dialogam de forma mais harmônica que no restante do país e ver isso acontecendo é muito lindo. Essa é minha segunda vez em Salvador, mas primeira na Lavagem de Itapuã e estou muito impressionada com essa diversidade", afirmou.

Os combates ao racismo, intolerância religiosa e a importunação sexual serão observados nas festas pré-carnavalescas e durante a folia de Momo. A cúpula da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e das Polícias Civil e Militar participaram da Lavagem de Itapuã. O titular da SSP Marcelo Werner afirmou que os policiais e demais servidores passaram por capacitação para identificar e lidar com essas questões. "Não há mais espaço para esses tipos de crimes. Precisamos ficar atentos e criar uma consciência nacional em relação a essas pautas. É o que estamos fazendo de forma intersetorial na segurança pública e com outras secretarias ", disse.

Durante a festa, cerca de 700 policiais fizeram policiamento ostensivo com viaturas, polícia montada e helicóptero. Depois da passagem das baianas, os trios elétricos seguiram pelo trajeto, animando os foliões adultos e crianças.