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Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2024 às 11:40
As cinco cidades mais violentas do país estão na Bahia. São elas (com suas respectivas taxas de homicídios estimados por cem mil habitantes): Santo Antônio de Jesus (94,1), Jequié (91,9), Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3). Ainda, dentre os 20 municípios mais violentos, onze estão na Bahia.
A informação é do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18) e produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os dados têm como base números registrados em 2022.
Entre os 20, aparecem ainda Salvador (9º no ranking), Feira de Santana (10º), Ilhéus (15º), Luís Eduardo Magalhães (16º) e Teixeira de Freitas (19º). Salvador, inclusive, encabeça a lista das capitais com maior índice de homicídios no Brasil. Com uma população de 2.417.678 de pessoas, a cidade teve 1.568 assassinatos registrados e 37 ocultos. A taxa de morte a cada 100 mil habitante é de 66,4, a mais alta entre as capitais do país.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ressaltou que a redução das mortes violentas é uma prioridade na Bahia e que, nos últimos sete anos, o índice apresentou diminuição de 27%. Assim como em 2024, de 1° de janeiro a 15 de junho, as mortes violentas tiveram redução de 11% e, no ano de 2023, na comparação com 2022, recuaram 6%.
Até 2022, pelo menos dez facções disputavam territórios em terra e na Baía de Todos-os-Santos, um espaço geográfico estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas. Ao seu redor, Salvador e Camaçari foram os municípios com maior número de tiroteios em 2022, segundo o Instituto Fogo Cruzado.
Além do PCC e do Comando Vermelho (CV), a Bahia contava com mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC. "As ações do governo local até 2022 reproduziram o modelo falido de guerra às drogas, experimentado no Rio de Janeiro, com a explícita orientação para o confronto como estratégia política, na lógica do tiroteio, e não da investigação. Como consequência, a Bahia também lidera os índices de letalidade policial", afirma o estudo.
A pasta estadual destacou que a Polícia da Bahia apreendeu 80 fuzis, localizou 81 líderes de facções, retirou das ruas 15 toneladas de drogas, apreendeu 9 mil armas de fogo e capturou 26 mil criminosos. Na parte de investimento, 3.200 policiais militares e civis, além de bombeiros foram contratados.
"Neste momento, quatro Cursos de Formação estão sendo realizados na Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento de Polícia Técnica e Corpo de Bombeiros. Serão mais 2 mil novos policiais e bombeiros até o final de 2024. O Estado entregou ainda 1.500 viaturas, algumas delas semiblindadas, e novos equipamentos de proteção individual", anunciou.
Na Bahia, praticamente todos os municípios litorâneos possuíam taxas acima de 47 homicídios estimados por 100 mil habitantes em 2022. Porém, dos 417 municípios baianos, somente 18 possuíam mais de 100 mil habitantes, praticamente todos com taxas acima da média do estado (38,0).
Quatro desses municípios estão na Região Metropolitana de Salvador: Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), Salvador (51,1) e Lauro de Freitas (51,1). Próximo a eles, o município de Santo Antônio de Jesus (94,1), seguido de Jequié (91,9), ambos na mesorregião do Centro Sul Baiano.
Ao norte do estado, na mesorregião Vale São-Franciscano da Bahia, Juazeiro (72,3) teve a quinta maior taxa do estado. No Centro-Norte Baiano, lidera o ranking Feira de Santana (66,0). Ao sul, todos os municípios apresentaam taxas de homicídio elevadas: Eunápolis (59,8), Ilhéus (59,3), Teixeira de Freitas (57,8), Porto Seguro (49,9) e Itabuna (47,7). Já no Extremo-Oeste Baiano, a maior taxa foi em Luís Eduardo Magalhães (58,4).
Em 2022, existiam 319 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, segundo o Censo de 2022. Nesse ano, as taxas de homicídio variaram de 2,2 a 94,1. Ao todo, 33 municípios possuíam taxas acima de 49 mortes por 100 mil habitantes, que representa o dobro da taxa nacional.