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Bahia tem a segunda pior cobertura vacinal para coqueluche do Nordeste

Meta do Ministério da Saúde é ter 95% dos menores de 1 ano vacinados

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 05:37

Vacina contra a coqueluche
Vacina contra a coqueluche Crédito: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF

Após cinco anos sem registros de óbitos por coqueluche na Bahia, uma bebê de 9 meses morreu vítima da doença em Teixeira de Freitas, na região sul. A vacinação é a principal forma de combater a coqueluche, que é mais grave para crianças. Porém, a cobertura vacinal dos menores de 1 ano está longe do ideal na Bahia. Enquanto a meta do Ministério da Saúde (MS) é de vacinar 95% desta faixa etária, a média do estado é de 85,57% - a segunda menor da região Nordeste.

O estado só tem taxa de vacinação inferior a de Pernambuco, que tem cobertura de 84,92% entre os menores de 1 ano, segundo o Ministério da Saúde. Piauí tem o maior índice de vacinação, com 96,20% do público-alvo imunizado contra a coqueluche. É o único estado que supera a meta do governo federal (veja a lista completa abaixo). No ranking brasileiro, a Bahia aparece em 21° lugar.

O calendário vacinal atualizado evita mortes pela doença. Além das crianças, que devem tomar a primeira dose do imunizante aos 2 meses, gestantes devem se vacinar contra a coqueluche. Os anticorpos das mães são transmitidos para os bebês. O risco de maior gravidade da doença acontece em crianças menores de 1 ano e, especialmente, entre as menores de 6 meses.

“A coqueluche é uma doença imunoprevenível. Nós temos uma vacina eficaz que combate a doença. Ela é administrada em conjunto com as vacinas de difteria e tétano nos primeiros anos de vida”, explica o infectologista Victor Castro Lima, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

O que é coqueluche?

A coqueluche é uma doença infecciosa respiratória causada por uma bactéria e tem como principal característica a ocorrência de crises de tosse seca e intensa.

A transmissão ocorre, principalmente, por meio de gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou fala. Os sintomas da coqueluche, inicialmente, são semelhantes aos de um resfriado comum. O tratamento é feito com antibióticos.

"Os pais e responsáveis devem procurar atendimento médico em caso de sintomas persistentes por mais de 48 horas. É preciso ficar atento se os bebês estão com dificuldade de tomar o leite na amamentação, têm febre e tosse persistente, e apresentam sinais de desidratação”, alerta a infectologista pediátrica Anne Galastri.

Esquema vacinal 

O esquema de vacinação contra a coqueluche é o seguinte:

Vacina pentavalente: a primeira dose é aplicada aos 2 meses, a segunda aos 4 meses e a terceira aos 6 meses de idade. A pentavalente imuniza contra a coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e Haemophilus influenzae do tipo b.

Vacina DTP: aos 15 meses e aos 4 anos de idade, deve ser administrada uma dose de reforço da DTP, que previne a difteria, o tétano e a coqueluche. 

Além disso, a vacina DPT para adultos é recomendada para:

  • Gestantes, a partir da 20ª semana de gestação, em cada gravidez. A mãe transmite anticorpos ao filho
  • Profissionais de saúde, a cada 10 anos
  • Estagiários de saúde que atuam em maternidades e unidades de internação neonatal
  • Parteiras tradicionais

Cobertura vacinal contra coqueluche em crianças menores de 1 ano por estado, segundo o Ministério da Saúde

Piauí: 96,20%

Ceará: 93,22% 

Rio Grande do Norte: 88,92%

Alagoas: 87,89% 

Maranhão: 87,84% 

Sergipe: 86,42% 

Paraíba: 85,65%

Bahia: 85,57% 

Pernambuco: 84,92%