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Bahia tem 779 mil desempregados e lidera taxa de desocupação do país em 2024

O desempenho colocou o estado em posição de empate com Pernambuco no ranking dos campeões de desemprego

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 13:10

SineBahia Móvel
SineBahia Móvel Crédito: Divulgação

A Bahia registrou uma taxa de desocupação em 2024 de 10,8%. Isso significa que o possui 779 mil pessoas desempregadas. A taxa de desocupação mede a proporção (%) de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas - não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).

O desempenho colocou o estado em posição de empate com Pernambuco, que também ficou com uma taxa de 10,8%, no ranking dos campeões de desemprego. A taxa de desocupação no estado também está bem acima do indicador nacional, que foi de 6,6%, e equivaleu a quatro vezes o valor da menor taxa, registrada em Mato Grosso (2,6%). Apesar do desempenho ruim, a Bahia ainda ganhou um fôlego ao longo de todo o 2024.

A taxa registrada foi a menor, para o estado, em dez anos, desde 2014, quando tinha sido de 9,8%, e a 2ª mais baixa nos 13 anos de série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. De acordo com informações do IBGE, nos 13 anos da série histórica da PNAD Contínua Trimestral (2012 a 2024), a Bahia esteve sempre entre as quatro maiores taxas de desocupação, tendo liderado o ranking dos estados em 4 momentos: 2016, 2020, 2021 e agora em 2024.

No 4º trimestre de 2024, o município de Salvador teve uma taxa de desocupação ligeiramente menor do que a do estado como um todo (9,7%), o que não ocorria desde antes da pandemia, no 1º trimestre de 2020. O indicador mostrou redução frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 11,0%) e foi o menor para um 4º trimestre, no município, em 12 anos, desde 2012 (quando havia sido de 9,5%). Com isso, no 4º trimestre de 2024, Salvador deixou de ser a capital com a maior taxa de desocupação, posição que ocupava desde o 3º trimestre de 2023, ficando em 4º lugar, atrás de Recife/PE (10,7%), Aracaju/SE (10,4%) e Manaus/AM (9,9%). Salvador fechou o ano de 2024 com uma taxa de desocupação de 12,8%, a menor desde 2015 (12,7%), mas a mais alta entre as 27 capitais brasileiras.

A Região Metropolitana de Salvador (RMS), por sua vez, sustentou, no 4º trimestre de 2024, uma taxa de desocupação mais alta do que a do estado e a da capital: 10,3%. Também houve redução frente ao 3º trimestre (quando o indicador havia sido de 12,9%), e a taxa da RMS foi a mais baixa para um 4º trimestre em toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Assim, no último trimestre de 2024, a RMS também deixou de ter a taxa de desocupação mais alta entre as 21 regiões metropolitanas investigadas pela PNAD Contínua, posto que ocupava desde o 4º trimestre de 2023. Ficou em 2º lugar abaixo da RM Recife/PE (10,5%). Em 2024, o indicador para a RM Salvador ficou em 13,1%, sendo a taxa de desocupação anual mais baixa desde 2013 (13,0%), mas também a mais elevada entre as regiões metropolitanas investigadas.

Comparando o cenário de 2023 para 2024, a taxa de desocupação na Bahia cedeu em razão da manutenção de dois movimentos positivos. Por um lado, aumentou o número de pessoas trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais (população ocupada). Por outro lado, o total de desocupados (quem não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido se tivesse encontrado) teve queda.

Em um ano, o número de trabalhadores no estado cresceu 5,7%, chegando a 6,420 milhões de pessoas, o que representou mais 345 mil pessoas trabalhando, no período. Foi o quarto crescimento anual seguido da população ocupada, com aceleração frente ao aumento entre 2022 e 2023 (+0,9%). Com isso, o número de trabalhadores no estado chegou, em 2024, ao seu recorde na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Além disso, na Bahia, a população desocupada (ou desempregada) seguiu em queda em 2024, recuando 15,5% frente a 2023, chegando a 779 mil pessoas, com menos 143 mil desocupados em um ano. Foi a terceira diminuição anual consecutiva do número de pessoas procurando trabalho, no estado, e também a segunda redução mais intensa em toda a série histórica, só perdendo para a verificada entre 2021 e 2022 (-24,8%). O recuo levou o total de pessoas desocupadas na Bahia ao seu menor patamar desde 2014, quando havia 685 mil pessoas nessa situação.

Por outro lado, a população que  não estava trabalhando nem procuraram trabalho cresceu pelo segundo ano seguido, em 2024. Ficou em 5,123 milhões de pessoas, 0,7% maior do que em 2023 (mais 34 mil pessoas), mantendo-se acima do registrado no pré-pandemia, em 2019, quando havia 4,702 milhões de pessoas fora da força de trabalho na Bahia. Dentre as pessoas que estão fora da força de trabalho, o número  voltou a cair, após leve alta entre 2022 e 2023. No ano passado, 540 mil pessoas podiam ser consideradas desalentadas na Bahia, 9,4% a menos do que em 2023 (menos 56 mil em um ano).

Ainda assim, o estado continuou com o maior número de desalentados no Brasil, liderança que sustenta ao longo de toda a série histórica da PNAD Contínua. Em todo o país, em 2024, havia 3,300 milhões de pessoas desalentadas, 11,2% a menos (-417 mil) do que em 2023. De um ano para o outro, o número de pessoas desalentadas caiu em 17 estados, se manteve estável em 1 (AC) e cresceu em 9. A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Empregados com carteira 

Entre 2023 e 2024, o avanço da população ocupada na Bahia foi bem disseminado pelas diversas formas de inserção no mercado de trabalho. Só duas das seis posições na ocupação tiveram saldos negativos de um ano para o outro: os trabalhadores por conta própria (-6,9% ou menos 122 mil pessoas, chegando a 1,640 milhão) e os trabalhadores familiares auxiliares (-29,6% ou menos 48 mil pessoas, chegando a um total de 114 mil).

O principal destaque positivo veio dos empregados no setor privado com carteira assinada, cujo número cresceu pelo terceiro ano seguido (+17,0% ou mais 256 mil empregados formais no setor privado) e chegou a 1,766 milhão de pessoas em 2024. O total de empregados no setor privado sem carteira assinada também voltou a crescer, após queda em 2023, indo a 1,315 milhão (+7,4% ou mais 91 mil). O segundo principal destaque positivo veio dos empregados no setor público, que tiveram crescimento de 8,5%, ou mais 70 mil pessoas em um ano, chegando a um total de 894 mil – o maior contigente no estado, em toda a série da PNAD Contínua.

Apesar dessas movimentações, o número de trabalhadores informais na Bahia teve um pequeno aumento entre 2023 e 2024, de 1,0%, o que representou mais 34 mil pessoas na informalidade, no período. Havia, no ano passado, 3,298 milhões de pessoas trabalhando como informais no estado, o maior contingente desde 2016, quando se iniciou a série histórica desse indicador e havia 3,226 milhões de profissionais informais na Bahia. Mas, como o aumento dos informais foi menor do que o do total de trabalhadores, a taxa de informalidade no estado diminuiu pela segunda vez consecutiva, caindo de 53,7%, em 2023, para 51,4%.

Foi a segunda taxa de informalidade mais baixa, para a Bahia, desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012, só acima da registrada em 2020 (48,6%), quando muitos informais tiveram de parar de trabalhar em razão da pandemia. Passou, ainda, de 5ª para 6ª taxa de informalidade mais elevada dentre os 27 estados, num ranking liderado por Pará (58,1%), Piauí (56,6%) Maranhão (55,3%). São considerados informais os empregados no setor privado e domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.

Áreas que geraram mais empregos

De 2023 para 2024, na Bahia, houve aumento do número de pessoas trabalhando em 8 dos 10 grupos de atividades econômicas investigados. O segmento de indústria geral foi o principal destaque positivo, com os maiores aumentos absoluto (mais 114 mil pessoas ocupadas em um ano) e relativo (+23,8%). Chegou, assim, a 593 mil trabalhadores em 2024, um recorde na série histórica. Em seguida, veio a a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 97 mil trabalhadores em um ano (+8,8%), chegando a 1,196 milhão.

Por outro lado, as duas únicas atividades com saldo negativo, entre 2023 e 2024, foram a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-139 mil pessoas ocupadas ou -13,3%) e os outros serviços (-18 mil pessoas ocupadas ou -5,8%); Esses dois grupamentos de atividades econômicas são os únicos que, em 2024, tinham menos trabalhadores no estado do que antes da pandemia, em 2019. A agricultura, em 2024, tinha menos 58 mil trabalhadores (-6,0%) do que em 2019, e os outros serviços possuíam 8 mil pessoas ocupadas a menos (-2,7%) que cinco anos antes.

Rendimento médio dos trabalhadores 

Em 2024, o rendimento médio real (descontados os efeitos da inflação) mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia foi R$ 2.165. O valor aumentou 11,8% frente ao de 2023 (R$ 1.937), mostrando um segundo avanço consecutivo, e superou, pela primeira vez, o patamar pré-pandemia (R$ 2.100 em 2019). Também deixou de ser o menor entre os estados, embora tenha sido o 3º mais baixo, acima apenas dos rendimentos de trabalho registrados no Maranhão (R$ 2.049) e no Ceará (R$ 2.071).

Entre 2022 e 2023, o rendimento real do trabalho também aumentou no Brasil como um todo (+3,7%), indo a R$ 3.225. Das 27 unidades da Federação, 18 tiveram altas nos “salários médios”, e o aumento percentual da Bahia (+11,8%) foi o 5º maior, num ranking liderado por Pernambuco (+19,9%), Alagoas (+17,0%) e Sergipe (+16,5%). O Distrito Federal se manteve com o maior rendimento médio de trabalho do país (R$ 5.043), seguido por São Paulo (R$ 3.907) e Paraná (R$ 3.758).

No município de Salvador, em 2024, os rendimentos médios habitualmente recebidos pelas pessoas ocupadas foram os menores da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Já na região metropolitana da capital, houve leve aumento frente a 2023. No ano passado, o rendimento médio de uma pessoa que trabalhava em Salvador foi R$ 2.699, o menor entre todas as capitais e 4,8% inferior ao de 2023 (R$ 2.835). 

Na Região Metropolitana de Salvador, o rendimento médio foi de R$ 2.672 em 2024, o 3º mais baixo entre as 21 regiões metropolitanas investigadas. Mas ficou 0,9% acima do valor de 2023 (R$ 2.649). Com o aumento do rendimento médio e do número de trabalhadores, entre 2023 e 2024, a massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos aumentou pelo terceiro ano consecutivo na Bahia. Cresceu 19,0% e chegou a R$ 13,634 bilhões, maior valor nos 13 anos da série histórica da PNAD Contínua. A massa de rendimento é a soma dos rendimentos de trabalho de todas as pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação.