Bahia tem 429 mil empresas devedoras que podem negociar no Feirão Limpa Nome da Serasa

Na Bahia, 429.064 mil empresas estão irregulares por endividamento, o que representa 5,6% do total nacional. Esse quadro financeiro, no entanto, pode corrigido no Feirão Limpa Nome da Serasa, que é realizado pela Serasa e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O mutirão, que começou no final de outubro, vai até o dia 20 de dezembro e oferece descontos que chegam a 99%, além de parcelamento de até 72 vezes, para que os estabelecimentos baianos não comecem 2025 com as contas no vermelho.

De acordo com Priscila Madruga, gerente de marketing da Serasa, muitos fatores estão por trás da inadimplência do empresariado baiano. “Tem a questão dos juros altos que impactam o cenário econômico e a forma com que o negócio é administrado”, aponta. Por isso, ela conta que o feirão tem o intuito de fazer as empresas alavancarem a economia. “Quando é possível fazer uma organização das finanças, mais dinheiro volta a circular e isso previne novos problemas no futuro”, ressalta.

O mutirão da Serasa acontece em todo o Brasil. Ao total, 7 milhões de empresas somam 21 milhões de dívidas no país. As securitizadoras (empresas que compram dívidas do credor original) e telecomunicação são os principais segmentos das dívidas das empresas brasileiras. Ainda, segundo a Serasa, pelo menos 6,8 milhões de pessoas estão duplamente endividadas, tanto no CNPJ quanto no CPF.

Todas os negócios inadimplentes poderão contar com ofertas especiais para a renegociação com de mais de mil empresas de diversos ramos, desde varejo até faculdade. Contudo, antes é preciso passar por uma análise para saber quais descontos serão aplicados a cada empresa ou pessoa endividada.

“O critério é estabelecido pelos parceiros da Serasa e da Febraban. Eles levam em consideração diversos pontos, como tipo de dívida, tempo de dívida quantidade de dívida que a pessoa tem com a mesma empresa. Cada parceiro tem seu critério”, pontua Priscila.

Para fazer a renegociação do valor em aberto, empresários podem recorrer ao atendimento pelos canais digitais ou se dirigir aos locais físicos. Quem escolher a primeira opção, pode acessar o site da Serasa ou baixar o aplicativo (Android ou iOS). Ainda, pode recorrer ao WhatsApp (11) 99575-2096 ou telefone (3003-6300).  Para quem prefere negociar presencialmente, o atendimento do Feirão Serasa Limpa Nome acontecerá de forma presencial nos Correios de todo o Brasil, das 10h às 18h, de segunda a sexta-feira.

A alta taxa de juro e o custo elevado do crédito são dois fatores econômicos que tem dificultado o pagamento de empréstimos e financiamento de empresas que trabalham com a margem financeira no limite. Para além disso, a alta da inflação é outra razão que explica a inadimplência empresarial no país, conforme aponta Liliane Rocha, analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Bahia.

“A inflação persistente impacta diretamente no poder aquisitivo da família e isso leva também a uma queda brusca no faturamento das micro e pequenas empresas. Isso torna cada vez mais claro a dificuldade de acesso à crédito dessas empresas por ausência de garantias”, destaca.

Para Liliane Rocha, muitas empresas não têm planejamento adequado e apresentam falhas na gestão, que também contribuem para o endividamento. “Muitas delas acabam não acompanhando com frequência o fluxo de caixa e isso dificulta saber quais os momentos necessários para se ter mais atenção”, diz.

“Acaba-se gastando demais e descontroladamente, não há análise correta em relação a precificação dos produtos e faz empréstimos mal planejados. Esses são os principais motivos de endividamentos de muitas empresas, sobretudo as de pequeno porte”, enfatiza a analista do Sebrae Bahia.

1. Estimular a educação financeira entre os dirigentes e colaboradores;

2. Elaborar um planejamento de gastos;

3. Acompanhar fluxo de caixa;

4. Definir capital de reserva emergencial;

5. Estabelecer o preço dos produtos levando em conta os custos de produção, tempo e mão de obra;

6. Fazer relatórios financeiros;

7. Buscar novos clientes e fornecedores compatíveis com uma gestão financeira equilibrada;

8. Compartilhar dados da empresa entre os dirigentes para tomadas de decisão em conjunto;

9. Só tomar empréstimo se houver condições de pagamento;

10. Cortar gastos desnecessários.