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Gilberto Barbosa
Publicado em 6 de março de 2024 às 06:30
Grande celeiro do boxe nacional, a Bahia é um dos estados com maior tradição no boxe brasileiro. Com a chegada das Olimpíadas, os boxeadores baianos geram grande expectativa do público por medalhas. A atenção não é à toa, já que o estado é um dos grandes expoentes do esporte no país. Dois dos cinco brasileiros campeões mundiais são baianos e o estado conquistou metade das medalhas olímpicas do país.
O boxeador baiano mais notável foi o tetracampeão mundial Acelino “Popó” Freitas. Ele conquistou o título do peso super-pena (59kg) pela Associação Mundial de Boxe (WBA) e pela Organização Mundial de Boxe (WBO). Ele também venceu duas vezes o título do peso-leve (61kg) da WBO. Com um cartel de 41 vitórias, 34 por nocaute e 2 derrotas, Popó fez sua última luta oficial foi em 2017, quando venceu Gabriel Martinez. Atualmente ele faz lutas de exibição enfrentando celebridades como o comediante Whindersson Nunes e o ex-BBB Kleber Bambam.
O estado também forjou outro campeão mundial: Valdemir “Sertão” Pereira. O baiano de Cruz das Almas conquistou o título do peso-pena (57kg) da Federação Internacional de Boxe (IBF) em 2006 ao vencer por pontos o tailandês Fahprakorb Rakkiatgym. Ele perdeu o título em maio do mesmo ano após ser desclassificado no oitavo round do combate contra o americano Eric Aiken. Valdemir teria sua revanche pelo título em 2007, no entanto, um exame positivo para hepatite C cancelou a luta e ele se aposentou em seguida, com um cartel de 24 vitórias e apenas uma derrota.
Um dos lutadores lembrados com maior carinho pelos baianos é Reginaldo Holyfield. O hexacampeão brasileiro marcou o imaginário dos baianos pela sua rivalidade com o pernambucano Luciano Todo Duro. Seja no ringue ou em programas de televisão, os encontros entre os lutadores criaram momentos emblemáticos que até hoje são lembrados por quem acompanhou a rivalidade. Ele também foi tetracampeão sul-americano e duas vezes campeão da Federação Mundial de Boxe (WBF)
O primeiro baiano a ser convocado para as Olimpíadas foi o soteropolitano Joílson Carolino de Santana, que competiu na categoria peso-galo (54kg) nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Ele foi eliminado na segunda fase do torneio. Atualmente ele é dirigente da Federação Baiana de Boxe.
Robson Conceição foi o primeiro brasileiro a ser campeão olímpico. Ele venceu o torneio do peso-leve (60kg) nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Ele profissionalizou em novembro do mesmo ano e disputou o título mundial da categoria super-pena (59kg) em três oportunidades, com duas derrotas e um empate. Atualmente ele tem um cartel de 17 vitórias, 2 derrotas e um empate.
O último campeão olímpico brasileiro foi Hebert Conceição. O soteropolitano venceu o título na categoria peso-médio (75kg) nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, ao vencer o ucraniano Oleksandr Khyzhniak por nocaute no terceiro round. Ele seguiu para o boxe profissional e atualmente está invicto com 5 triunfos, sendo 3 por nocaute.
No boxe feminino, a baiana que teve maior sucesso na competição foi Bia Ferreira (60kg). Filha do boxeador Raimundo “Sergipe” Ferreira, ela foi medalhista de prata na edição de Tóquio, em 2021. Ela também é bicampeã dos Jogos Pan-Americanos (2019 e 2023) e bicampeã do mundial amador (2019 e 2022). Ela está invicta na carreira profissional com 4 vitórias.
Adriana Silva foi a primeira mulher brasileira medalhista olímpica. Ela conquistou a medalha de bronze no peso-leve (60kg) nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Ela se aposentou do boxe profissional em 2022, aos 40 anos.
Além de Bia Ferreira, outros quatro baianos conquistaram medalhas na última edição dos Jogos Pan-Americanos, disputando em Santiago, em 2023. São eles: Barbara Almeida (66kg) que ganhou o ouro. Tatiana Chagas (54kg), Wanderley Pereira (80kg) e Keno Marley Machado (92kg) foram medalhistas de prata. O único bronze baiano foi de Viviane Pereira (75kg). Keno já havia sido prata na edição de Lima, em 2019 e no mundial de 2021. Ele também disputou as Olimpíadas de Tóquio, ficando entre os oito melhores da edição.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela.