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Larissa Almeida
Publicado em 20 de novembro de 2024 às 07:11
A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de localidades quilombolas, 1.814 áreas, conforme aponta o IBGE, com base no Censo 2022. Esses espaços são habitados por 309.736 pessoas que se autodeclaram quilombolas. A Bahia só fica atrás do Maranhão, com 2.025 localidades.
Esse foi o primeiro Censo Demográfico que investigou a identidade quilombola. O mapeamento não se restringiu aos locais delimitados oficialmente. A metodologia utilizada foi simplificada. Perguntaram se as pessoas se consideravam quilombolas e, caso elas dissessem que sim, perguntavam o nome da comunidade. A lista surgiu a partir do momento em que uma aglomeração de pelo menos 50 quilombolas citou uma mesma comunidade.
Em Salvador, 15.897 pessoas se autodeclararam quilombolas. Desse total, 13.390 têm 15 anos ou mais, sendo que 1.083 ou 8,1% não são alfabetizados. Na Bahia, mais da metade da população quilombola acima de 65 anos não sabe ler nem escrever (53,4%).
Foi evidenciado que 53.282 quilombolas vivem em residências que não possuem abastecimento de água por rede de distribuição geral, poço, fonte, nascente ou mina; e onde o esgoto é descartado em fossas rudimentares, buracos, valas, rios, córregos, mares ou outros meios; e onde não há coleta de lixo, seja direta (porta a porta) ou indireta (por caçamba de lixo).
No estado, 58,7% dos lares quilombolas utilizam fossas rudimentares. Também nos quilombos, o número de pessoas vivendo sem abastecimento de água, coleta de esgoto e destinação adequada do lixo é duas vezes maior do que o registrado na população em geral. A falta de saneamento básico afeta 53.282 quilombolas (13,4% dessa população no estado) e 936.877 baianos não quilombolas (6,6%).