Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Bahia: número de mulheres negras mortas por armas de fogo é duas vezes maior que o de não negras

A nível nacional, mulheres negras também são as que mais morrem por arma de fogo

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 8 de março de 2024 às 07:00

Mulheres negras são as que mais morrem por arma de fogo Crédito: Marina Silva/CORREIO

A Bahia registrou, em 2023, a taxa de 4,1 mortes de mulheres negras por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. O valor é duas vezes maior do que a taxa de mortes de mulheres não negras, que é de 1,9. As informações são da pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra a Mulher, realizada pelo Instituto Sou da Paz, com dados retirados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambas importantes bases de dados do Ministério da Saúde. O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (8).

A nível nacional, as mulheres negras também são as que mais morrem por arma de fogo, seguindo a tendência de anos anteriores. Entre as mulheres negras vitimadas no Brasil, 51% foram mortas com arma de fogo, enquanto entre as mulheres não negras, essa proporção foi de 47%. Segundo o estudo, essa é a menor diferença na proporção registrada pela pesquisa, o que indica que a proporção de mortes por agressão armada volta a crescer apenas entre as mulheres não negras, o que pode estar ligado ao fato da facilitação ao acesso de armas nas casas da população, já que elas morrem mais nas residências.

Professora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher da Universidade Federal da Bahia (PPGNEIM – Ufba) e integrada ao Observatório de Feminicídios, Vanessa Cavalcanti, vê a maior incidência assassinatos de mulheres negras por armas de fogo como retrato de violências sobrepostas.

“Há desproteção pública, relações sociais polarizadas e pautadas no machismo que ‘fere e mata’ e nas vulnerabilidades de determinados grupos, dentre eles mulheres negras. Desde a convenção de Belém do Pará, temos agendas, legislação e instituições, mas também muitas instabilidades políticas, ideológicas e orçamentárias que vulnerabilizam também ações educativas, preventivas e coibitivas [que impedem a mudança de cenário]”, analisa.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro