Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Maysa Polcri
Publicado em 26 de março de 2024 às 08:00
Um relatório feito com base em respostas de mais de 2 mil empresas baianas indica que apenas 3,7% delas possuem algum tipo de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. É o pior percentual entre todos os estados do Brasil. Juntas, as empresas somam 743,6 mil funcionários.
O balanço foi divulgado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, na segunda-feira (25), e é um dos desdobramentos da Lei da Igualdade Salarial (14.611/2023). Segundo ela, todas as empresas que possuem 100 ou mais funcionários devem disponibilizar dados sobre remuneração e critérios de contratação dos funcionários.
O relatório foi divulgado pela primeira vez e aponta ainda que as mulheres ganham 17,3% a menos do que os homens na Bahia. A divulgação tem como objetivo reforçar o que a Constituição já garante: que homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades e salários, quando desempenham a mesma função.
“Entre os benefícios, além da equidade salarial e o combate às discriminações, podemos citar a construção de políticas de diversidade mais eficientes, melhoria do clima organizacional e a transformação cultural”, analisa Ana Paula Studart, especialista em Direito do Trabalho.
Em março do ano passado, o Governo Federal aprovou que contratos firmados entre empresas e a administração pública federal tenham cota de 8% para mulheres vítimas de violência doméstica. A reserva de vagas ainda pode ser utilizada como critério de desempate em licitações.
“A cota representa um importante avanço na luta contra a violência de gênero e a discriminação no ambiente de trabalho, além de contribuir para a promoção da igualdade de gênero e o respeito aos direitos humanos”, pontua o Governo Federal.