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Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2024 às 10:43
O Sindicato dos petroleiros e petroleiras da Bahia (Sindipetro-Ba) informou que algumas unidades da Refinaria de Mataripe, administrada pela empresa Acelen, estão paradas ou apresentando problemas operacionais provocados pelas fortes chuvas que caem no estado. Em função disso, a refinaria não está operando com plena capacidade e já apresenta baixo estoque de gasolina e gás de cozinha (GLP).>
"Esse estoque está bem abaixo do nível mínimo de segurança. Hoje, todo o gás e gasolina produzidos estão sendo direcionados para atender o mercado interno, de modo que a Acelen não está distribuindo para outros estados", disse o diretor de comunicação do Sindipetro-Ba, Radiovaldo Costa. >
Segundo o sindicato, na tentativa de retomar a operação das unidades, um compressor da Unidade-39 (U-39) apresentou problemas, impossibilitando o retorno do craqueamento do petróleo (um processo químico que transforma frações de cadeias carbônicas maiores em frações com cadeias carbônicas menores).>
A Acelen teria chamado de volta um navio que foi carregado com GLP para que devolvesse o produto. A preocupação é o impacto no abastecimento das distribuidoras, pois a previsão para a volta do craqueamento na U-39 seria de 10 dias, correndo risco de faltar os produtos no mercado baiano.>
Segundo Radiovaldo, os problemas operacionais são resultado de demissões que vêm sendo feitas nos últimos meses, de funcionários experientes, que atuavam na empresa antes da privatização.>
"Muitos demitidos eram ex-trabalhadores da Petrobras, e a gente acredita que os mais novos ainda têm dificuldade na operação, porque a transmissão de conhecimento não foi feita como deveria", afirmou.>
Reação em cadeia>
Pelo fato da Acelen atender também outros estados e, neste momento, ter que priorizar o fornecimento dos consumidores baianos, Radiovaldo acredita que o preço dos derivados de petróleo fora da Bahia também deve aumentar.>
Além disso, o aumento do barril do petróleo, que gerou o reajuste das gasolina na Bahia na última semana, também deve contribuir para uma nova escalada de preços. "Se o mercado perceber que o produto está escasso, o preço sobe", disse. Para se manter em operação plena, a Refinaria de Mataripe consome, diariamente, 300 mil barris de petróleo.>
Em nota, a Acelen informou que as unidades responsáveis pela produção de gasolina e GLP da Refinaria de Mataripe, encontram-se em manutenção não-programada, o que reduziu a capacidade produtiva da refinaria. "A empresa está adotando todas as medidas possíveis com vistas a reduzir a possibilidade de impacto no fornecimento dos produtos ao mercado, o que inclui compra de carga extra de GLP para reforçar os estoques e suprir o fornecimento durante a parada não-programada".>
A companhia disse ainda que, em dois anos, investiu mais de R$ 2 bilhões na revitalização e recuperação da Refinaria de Mataripe. "Foi implementado o maior programa de modernização da sua história, com foco na segurança, na eficiência do parque industrial, na redução da pegada ambiental das operações e na sua automação, com a transformação digital que está sendo realizada".>
A empresa informou também que, graças ao seu CIM-Centro de Manutenção Integrada, por meio de IA, já está sendo possível responder a esta ocorrência de maneira ágil e assertiva, pois permitiu diagnósticos mais precisos e seguros para atuação das equipes de manutenção, que preveem normalização da operação em nove dias.>