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Gil Santos
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 15:30
Cerca de 20% de todas as prisões realizada na Bahia, em 2024, foram por não pagamento de pensão alimentícia. No total, 118 pessoas foram presas por esse motivo até a sexta-feira (13). No ano passado inteiro foram 99 casos. O dado faz parte do balanço de ocorrências apresentado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), nesta segunda-feira (16). O roubo liderou os crimes no estado, correspondendo a 25,7%, e sendo seguido por homicídios (21,1%), pensão alimentícia (19,5%), tráfico de drogas (13,1%) e estupro (5,7%). >
Durante a festa de réveillon, na Boca do Rio, a polícia localizou e prendeu sete homens através das câmeras de reconhecimento facial. Quatro deles estavam sendo procurados por não pagar pensão alimentícia, dois estavam foragidos há mais de um ano e todos foram para a festa para curtir. A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, afirmou que a tecnologia tem sido uma ferramenta importante nas prisões. >
"São quase 650 prisões feitas através do reconhecimento facial, este ano. Nos casos de dívida de pensão alimentícia, o juiz expede o mandado e nós inserimos no sistema. Esse equipamento ajuda no cumprimento das prisões. São quase 1.880 pessoas presas desde que essa tecnologia passou a ser utilizada, sem risco nem para o indivíduo e nem para a sociedade já que não é preciso usar a força", afirmou. >
Em junho, um homem que dirigia uma motocicleta foi parado por agentes da Polícia Rodoviária Federal na BR-324 e durante a checagem dos documentos os policiais localizaram um mandado de prisão pelo não pagamento de pensão. Ele foi preso em flagrante. No domingo (15), durante o jogo entre Bahia e Atlético Mineiro, um homem foi preso depois de ter sido reconhecido pelas câmeras. Ele estava sendo procurado por homicídio. >
Redução >
No total, 2.815 pessoas foram assassinadas na Bahia em 2024. Segundo a SSP, o número é 15,6% menor que o registrado no mesmo período do ano passado e, no geral, houve redução nas ocorrências. O roubo de veículo caiu 16%, o furto de veículo recuou 6%, roubo a ônibus diminuiu 34%, roubo de carga encolheu 36% e roubo a bancos foi 75% menor que no ano anterior. O titular da pasta, Marcelo Werner, comentou os dados. >
"É resultado dos investimentos e do trabalho integrado, das ações de inteligência que alcançam lideranças em outros estados, que apreenderam 7 toneladas de drogas e quase 4 mil armas de fogo, incluindo 55 fuzis, uma arma de grosso calibre e de grande destruição. Costumo dizer que segurança pública não é só polícia, a prevenção é o melhor dos trabalhos e estamos atentos também a essa questão", afirmou.>
Ele citou o uso de tecnologias, atividades educativas e de conscientização como ferramentas no enfretamento ao crime, frisou que 12.517 pessoas foram presas esse ano, uma média de 51 prisões por dia, e que esse dado foi 2,9% maior que o de 2023. No total, 78 lideranças criminosas foram localizadas, sendo que 24 estavam em outros estados e 16 faziam parte do Baralho do Crime, ou seja, eram considerados perigosos. Oito morreram em confronto. >
O secretário destacou também a entrega de 72 fuzis e submetralhadoras para a Polícia Civil, a inauguração de novas unidades em Salvador e no interior do estado, a criação de núcleos de investigação, a entrega de novos equipamentos e 270 novos policiais civis nomeados. >
"Não queríamos ter nenhuma morte violenta, sabemos que é o trabalho diário que vai permitir essa redução e a consciência, enquanto dever do estado e responsabilidade de todos, e tenho certeza que estamos indo no caminho certo", concluiu. >