Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Maysa Polcri
Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 02:00
Há quem reclame da sensação de abafamento. Outros, garantem que o astral é o melhor do ano nesse período. Não importa se você ama ou odeia, fato é que o início do verão não passa despercebido em Salvador. Seja dentro do elevador, na fila do banco ou no local do trabalho, alguém vai comentar sobre a estação mais quente do ano. O verão 2025 começa oficialmente às 6h20 deste sábado (21), com a previsão de muito calor e chuvas abaixo da média na Bahia.
O CORREIO conversou com especialistas e traz os detalhes de como ficarão os termômetros durante a estação, que só termina em 20 de março do ano que vem. A primeira diferença em relação ao último verão, é que, dessa vez, o El Niño não vai impactar nas temperaturas.
Entre o final de 2023 e o início deste ano, o fenômeno responsável pelo aquecimento superficial das águas do oceano Pacífico ajudou a manter a atmosfera aquecida. Isso contribuiu para a ocorrência de ondas de calor e eventos extremos no país. Mesmo sem El Niño, o calor vai prevalecer na Bahia e em Salvador.
Para o interior, a previsão é de que os termômetros marquem até 40ºC, especialmente no nordeste do estado e na região do Vale do São Francisco, de acordo com a meteorologista Cláudia Valéria. Na quinta-feira (19), a cidade de Barra, localizada às margens do Rio São Francisco, registrou 38ºC - a nona maior temperatura do Brasil naquele dia. A tendência, portanto, é que fique ainda mais quente.
Em Salvador, não será surpresa se os termômetros registrarem 35ºC durante os dias mais quentes da estação. "Comumente nós vemos temperaturas máximas variando em torno de 32ºC e 33ºC, mas elas podem ser mais elevadas em alguns dias do verão, inclusive ultrapassando os 34ºC e 35ºC. Isso deve acontecer, principalmente, ao final da estação", explica Cláudia Valéria.
No dia 24 de janeiro deste ano, a capital registrou máxima de 35,5°C. Para manter o bem estar de baianos e turistas durante os grandes eventos que acontecem no verão, a prefeitura de Salvador vai colocar em prática um protocolo especial pelo segundo ano seguido.
As medidas incluem distribuição de protetor solar e água, além de uso de aspersores que liberam jatos de água. Mais de 3 milhões de visitantes são esperados na cidade na estação.
As famosas "chuvas de verão", combinação entre calor e umidade que costuma ocorrer no final do dia, devem ser menos frequentes em Salvador neste verão. De acordo com a meteorologista Andrea Ramos, a previsão é de chuvas abaixo da média para a capital.
Isso acontece devido a formação de um fenômeno de nome complicado: vórtice ciclônico de altos níveis (VCAN). Ele é caracterizado pela baixa pressão atmosférica. "As chuvas devem ficar mais concentradas no oeste da Bahia. Em Salvador, a previsão é de que as chuvas fiquem abaixo da média para o período", explica a especialista.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) avalia que há 60% de chance de que as condições de La Niña se desenvolvam durante os meses de janeiro, fevereiro e março. A probabilidade diminui para 40% no trimestre de fevereiro, março e abril. Até então, a expectativa é que, se ocorra, seja um fenômeno de curta duração e pouca intensidade.
Entre o final de 2021 e 2022, o La Niña contribuiu para enchentes em diversos municípios baianos, especialmente na região sul do estado. Na ocasião, 33 pessoas morreram e mais de 15 mil perderam suas casas. Ao contrário do El Niño, o La Niña consiste na diminuição da temperatura do oceano Pacífico.
O início da estação mais quente já tem aviso do Inmet para a Bahia. Oito cidades do oeste do estado estão sob alerta de chuvas intensas até às 10 horas deste sábado (21). Podem ocorrer, segundo o instituto, chuvas entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia. Além de ventos intensos, entre 40 e 60 km/h.
Integram a lista de cidades sob alerta: Barreiras, Cocos, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e São Desidério.