Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Avenida Sete ou Baixa dos Sapateiros? Saiba qual é o centro comercial mais forte

Antigos centros comerciais passaram por mudanças e lidam com diminuição da clientela

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 28 de março de 2025 às 05:30

Avenida Sete Crédito: Marina Silva/CORREIO

A memória do comércio pujante, diverso e lotado que dominava as ruas da Baixa dos Sapateiros e da Avenida Sete marcam até hoje aqueles que testemunharam o apogeu da roda econômica do Centro de Salvador. “Ambos os lugares eram, praticamente, o centro do comércio. Há 40 anos, tudo era em torno da Baixa dos Sapateiros. Hoje, a Avenida Sete ocupa esse lugar, mas há um enfraquecimento”, aponta Bernadete Lisboa, 64 anos, que mora na Piedade há aproximadamente 50 anos. A percepção de enfraquecimento relatada por ela diz respeito à situação dos dois locais que, atualmente, lidam com processos diferentes de perda de fôlego comercial.

De um lado, a Baixa dos Sapateiros enfrenta um cenário de abandono. Mais de um terço das lojas existentes nas ruas estão fechadas, enquanto apenas 25 dos 91 estabelecimentos do Shopping Baixa dos Sapateiros ainda estão funcionando. Com a insegurança e os efeitos pós-pandemia, é comum ver lojas fechadas antes das 16h, ainda que o horário comercial vá até às 17h.

“O movimento mudou bastante, porque o acesso ficou mais difícil e a violência aumentou. Eu tenho observado isso há cinco anos. Antes da pandemia, já estava começando, mas depois teve uma queda drástica no movimento. As pessoas ficaram presas à internet e ninguém mais quer sair de suas casas. A Baixa dos Sapateiros precisa de um atrativo, porque os shoppings têm ar-condicionado, segurança e lojas de todos os tipos. A Baixa dos Sapateiros tem o quê?”, indaga Josiana Santana, de 37 anos, que é vendedora no local há 15 anos.

A decadência da Baixa dos Sapateiros é motivo de lamento por parte de Mary Sampaio, 50, que também é moradora do Centro. “Do jeito que está, é motivo para a gente até chorar. Antes, tinha muitas lojas, variedades e lugares para comprar tecidos bons, o que não existe mais. Hoje, compramos peças já prontas, mas nada como aqueles tecidos que vinham de São Paulo e que escolhíamos os nossos próprios modelos. Eu sinto falta disso”, frisa.

A Avenida Sete, por sua vez, enfrenta problemas de outra ordem. Mesmo com queixas de baixo movimento em relação ao que era no passado, a maior reclamação dos comerciantes e consumidores é quanto a insegurança, que afugenta o público.

“Nós faturávamos muito aqui há 20 anos, mas o movimento enfraqueceu muito. As pessoas pararam de vir por assalto, que acontece muito. Vão mais para shopping, porque tem mais segurança. Ainda vem muita gente, mas não como antes”, pontua a comerciante Jane Silva, 43 anos.

Aliada à insegurança, a perda de espaço para o comércio virtual fez com que muitas lojas fechassem as portas ou diminuíssem a qualidade das peças vendidas. “Dava para encontrar de tudo na Avenida Sete, mas agora está mais limitado. Aqui tem mais roupas, móveis, artigos de casa e eletrodoméstico, além de frutas. Antes, no entanto, tinha mais lojas de roupa infantil e de grife. Agora, essas lojas estão no shopping ou no mercado online”, diz Bernadete Lisboa.

Apesar das dificuldades existentes na Avenida Sete, o comércio lá é considerado muito mais forte do que o da Baixa dos Sapateiros. “A Baixa dos Sapateiros tem maior número de lojas fechadas, enquanto na Avenida Sete as pessoas vão porque sabem que vão encontrar lojas abertas e funcionando. Ainda, tem maior possibilidade de transporte. Apesar da violência existir, o fluxo maior de pessoas inibe casos”, pontua o vendedor Aldrin de Araújo, 38 anos.