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Wendel de Novais
Publicado em 21 de março de 2025 às 11:43
As duas mortes no motel Bora Bora, na Avenida Edgard Santos, no bairro de Narandiba, em Salvador, são um reflexo de uma guerra entre facções a dois quilômetros do local do crime. Na ação de emboscada, traficantes do Bonde do Maluco (BDM) da localidade do Arenoso alugaram um quarto para esperar pela chegada de integrantes do Comando Vermelho (CV), que chegaram acompanhados de uma mulher. >
As vítimas, que não foram identificadas pela polícia, eram velhas conhecidas dos seus executores. “Os que morreram eram, até bem pouco tempo, do Bonde do Maluco lá do Arenoso. O que chegou para nós é que eles viraram a casaca, entrando para o Comando Vermelho. Então, eles foram no motel com uma garota de programa que teria combinado toda a ação com o pessoal que ainda é do Arenoso”, explica um policial, que terá nome e cargo preservados.>
Apesar da ação em ‘parceria’ com a garota de programa, os traficantes do BDM não a levaram na fuga do local após o crime. Por isso, ela foi encontrada, ouvida pela polícia e é considerada suspeita pela investigação. No momento do crime, diversos tiros foram dados no local, o que assustou os funcionários que correram para o terraço do motel. >
Dentro do motel, com os clientes, a situação também foi de desespero, com pessoas se jogando no chão para se proteger. Em Tancredo Neves, a Rua Bahia é limite de uma área com atuação da facção CV. No Arenoso, a Rua Manoel Rufino margeia transversais com a presença do grupo criminoso Bonde do Maluco BDM. No entanto, reflexos da guerra acontecem em diversos pontos da região, como no Bora Bora.>
A Polícia Civil, que investiga autoria e a motivação, confirmou que as vítimas foram executadas por dois suspeitos. “As guias periciais foram expedidas e os corpos, ainda sem identificação, foram removidos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). Testemunhas informaram que o crime foi praticado por dois suspeitos”, informou a polícia. >
O caso será investigado pela 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), que vai realizar oitivas e diligências para identificar a autoria e motivação do crime.>