Ataque a ônibus e toque de recolher assustaram Barroquinha após morte de suspeito

Ônibus voltaram a circular às 9h15 desta sexta-feira (27)

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  • Wendel de Novais

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 10:06

Ônibus param de circular na Barroquinha
Ônibus pararam de circular na Barroquinha Crédito: Arisson Marinho / CORREIO

A suspensão da circulação de ônibus no Terminal da Barroquinha no início da manhã desta sexta-feira (27) e o fechamento temporário de diversos estabelecimentos comerciais é resultado de uma imposição de traficantes da região. O local foi esvaziado ainda na tarde da quinta-feira (26) após registros violentos que foram ordenados por criminosos após um suspeito ser morto em confronto com agentes da Polícia Militar da Bahia (PM-BA).

O caso se deu na região do Gravatá, mas logo depois causou confusão na altura do terminal, como conta um supervisor da Integra que prefere não se identificar. "Logo depois que o cara morreu lá, apedrejaram um ônibus e tentaram destruir mesmo. O primeiro alvo deles foi o coletivo e, por questão de segurança, interrompemos a circulação ali no terminal", conta. Apesar disso, por volta das 9h15, os veículos voltaram a circular por conta de reforço policial na área.

Os rodoviários temiam, inclusive, que um novo ataque pudesse queimar um dos ônibus da frota que circula na área. "Ontem foi pedra, mas hoje podem ir mais longe, queimando o ônibus e prejudicando todo mundo", opina outro rodoviário que atua no local, mas prefere ter o nome preservado. Entre os comerciantes, há temor que as consequências cheguem nas lojas, caso não obedeçam uma ordem de fechamento que foi dada ainda ontem.

Uma comerciante conta que diversos estabelecimentos fecharam as portas mais cedo na quinta-feira por conta do problema. "Mandaram fechar mesmo e eu baixei as portas, assim como os outros fizeram. O aviso é de que a rua iria pegar fogo, mas não vi nada acontecendo depois disso. Mesmo assim, a gente fica com medo porque aqui tem um histórico de mandarem fechar. Ninguém quer ser prejudicado ou acabar morrendo em tiroteio", afirma ela, sem dizer o seu nome por medo de represálias.

A reportagem consultou uma fonte policial, que terá nome e cargo preservados, sobre a atuação do tráfico na região, que tem a presença da facção Bonde do Maluco (BDM). O agente confirmou o histórico. "Anteriormente, já houve ameaças e toque de recolher quando outros traficantes foram assassinados. Desta vez ,eu não sei precisar. Porém, acredito que a presença do batalhão ali em baixo [no terminal] deve ter inibido isso", analisa.

Apesar da indicação da fonte, não havia, até às 21h, uma presença fixa da PM no terminal. No entanto, pouco antes da volta dos veículos, uma viatura do 18° Batalhão da PM parou no local. Além da força policial, equipes da Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) também estão presentes.