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Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2024 às 09:53
O assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira completou um ano neste sábado (17). Mãe Bernadete, como era conhecida, foi assassinada com 12 tiros no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
A Anistia Internacional Brasil, que acompanha o caso, lembrou que, no momento do crime, ela estava acompanhada de seus três netos, um jovem de 22 anos e dois adolescentes de 12 e 13 anos. “Com décadas de atuação pelo direito dos povos quilombolas no Brasil, Mãe Bernadete havia perdido o filho, Flávio Gabriel dos Santos, ‘Binho do Quilombo’, que também era ativista, assassinado em 2017”, diz a nota divulgada pela entidade.
Segundo Ministério Público do Estado da Bahia, os três homens que foram denunciados pela morte de Mãe Bernadete - Arielson da Conceição Santos, Marílio dos Santos e Sérgio Ferreira de Jesus - vão a júri popular. Eles foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilidade de defesa da vítima. Josevan Dionísio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus, que também foram denunciados, estão foragidos.
Mãe Bernadete era alvo de ameaças por conta de sua luta política e, desde 2017, tinha sido incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH). A pesquisa “Linha de Frente: violência contra defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil”, desenvolvida pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global revelou 1171 casos de violência, sendo 169 assassinatos e 579 ameaças, entre 2019 e 2022.