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Wendel de Novais
Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 10:35
As centenas de arraias encontradas mortas na manhã desta quarta-feira (4) na Marina do Bonfim, na Cidade Baixa, em Salvador, podem ter sido descartadas por comerciantes. Isso porque, de acordo com informações iniciais, os animais estavam sem rabo e cabeça, o que mostra que foram tratados para comércio. >
A situação das arraias, inclusive, descarta a possibilidade de pesca predatória através de bomba, como conta uma fonte consultada pela reportagem. “O pessoal achou que fosse bomba, mas, quando vimos as arraias sem cabeça e rabo, percebemos que isso foi descarte. Elas estavam prontas para serem vendidas, mas foram jogadas aqui”, conta a fonte, que prefere não se identificar.>
O descarte irregular pode ser considerado crime ambiental. Por isso, a reportagem procurou o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para saber se órgão acompanha o caso.Em resposta, o Inema explicou que, Embora a atividade não esteja diretamente relacionada ao órgão, uma equipe foi enviada ao local e a Limpurb foi acionada para remoção dos animais e limpeza da área. "O Instituto também salienta que, em conjunto com a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), investiga a situação para identificar o autor do descarte irregular para autuação", informa.>
A fonte consultada no local, que participou da retirada das arraias, aponta que é provável que os animais tenham estragado antes do descarte. “Muito provável que, por falta de condições de conservação, elas estragaram. Essa é uma espécie que a gente conhece como ‘arraia mijona’ por soltar urina mesmo após a morte. Isso causa um odor depois de um tempo e, por isso, quiseram descartar, mas esse não é nem de perto o lugar correto. Essa ação é um crime ambiental”, completa.>
O odor gerado pelas arraias foi justamente o motivo para que elas tenham sido encontradas nas primeiras horas desta quarta-feira (5). Moradores que caminhavam na orla perceberam o mau cheiro e acionaram a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).>
Ao todo, 20 agentes vão trabalhar no local até o início da tarde para retirada das arraias. A duração do serviço se deve ao fato das arraias terem sido levadas pela correnteza após serem descartadas. Por isso, é necessário esperar a maré baixar para que todos os animais sejam removidos.>