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Maysa Polcri
Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 12:41
Independentemente da religião, há quem diga que o ano só começa depois de agradecer e pedir bênçãos na Basílica do Senhor do Bonfim. Milhares de devotos lotaram a Colina Sagrada desde as primeiras horas desta sexta-feira (3), como manda a tradição soteropolitana. A emoção tomou conta do público quando o cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, celebrou o culto das 9 horas e proferiu uma mensagem para o novo ano. A programação do dia incluiu 13 missas campais.
A cada 25 anos, a Igreja Católica celebra o Jubileu Ordinário, que comemora a presença de Jesus Cristo no mundo. O tema escolhido pelo papa Francisco para a celebração de 2025 foi “Peregrinos da Esperança”. Durante a manhã, Dom Sergio da Rocha lembrou que o Santuário do Senhor do Bonfim recebe devotos que peregrinam com fé.
“Nós iniciamos o ano buscando a proteção do Senhor Bom Jesus do Bonfim porque não podemos caminhar sem fé e esperança. Estamos dando início ao ano santo da esperança, e o Santuário do Bonfim é uma das igrejas de peregrinação”, falou o arcebispo.
Toldos foram montados na praça em frente à Basílica do Bonfim, onde os fiéis puderam sentar em cadeiras e acompanhar as missas. As portas do templo ficaram abertas para receber a multidão de baianos e turistas que faziam orações. Muitos deles aproveitam a ocasião para depositar pedidos em caixas espalhadas pela Colina e amarrar as tradicionais fitas coloridas no gradil.
“Vemos muitas pessoas peregrinando nesta primeira sexta-feira do ano. É um sinal de como deve ser a nossa vida em 2025. Peregrinar significa caminhar passo a passo para a fé em Jesus e com amor fraterno às pessoas que caminham conosco”, completou Dom Sergio da Rocha.
Ao final de cada missa, a imagem do Senhor do Bonfim é carregada entre os devotos, que aproveitam para chegar mais perto do objeto sagrado. Até quem não conhecia a tradição se comoveu com a cena. Caso da mineira Maria Madalena, 70. A turista está em Salvador a passeio pela terceira vez, mas não imaginava que encontraria a Colina Sagrada lotada nesta sexta.
"Ver a fé das pessoas é muito bonito e emocionante. Quando vim a primeira vez, foi em um dia comum. Ficamos sabendo da tradição pelo taxista no caminho para cá”, contou Madalena, que estava acompanhada da cunhada. As duas fizeram questão de amarrar as fitinhas e fazer três pedidos ao Senhor do Bonfim. Ter subido a colina sagrada em um dia especial, mesmo sem saber, talvez tenha sido a primeira grande sorte de 2025.