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Nova logomarca reúne a basílica, o santuário e o projeto social
Maysa Polcri
Publicado em 30 de outubro de 2024 às 14:24
O Santuário do Senhor do Bonfim da Bahia anunciou, nesta quarta-feira (30), a nova marca que reúne a Basílica, Irmandade e o Projeto Social Bom Samaritano. O lançamento é realizado após disputas judiciais entre a Arquidiocese de Salvador e a Devoção do Senhor do Bonfim, que movimentaram o mundo católico soteropolitano. Em agosto do ano passado, o arcebispo de Salvador Dom Sérgio da Rocha decretou uma intervenção na irmandade e o afastamento do então juiz da congregação. A nova marca tenta colocar um ponto final no imbróglio e transmitir a imagem de união entre as partes.
O anúncio foi feito no Santuário do Senhor do Bonfim e contou com a presença do padre Edson Menezes, reitor da basílica, Marcelo Sacramento de Araújo, presidente da devoção, e Otoney Alcântara, advogado da Arquidiocese de Salvador. Antes, cada um dos três eixos do santuário (basílica, irmandade e projeto social) tinham logomarcas próprias. Agora, uma única imagem (veja abaixo) representa os três núcleos, com os desenhos da Basílica do Senhor do Bonfim e do Cristo crucificado.
“Criamos uma expressão de representatividade para mostrar, para todo o povo baiano, que o Santuário do Senhor do Bonfim está unido em uma coisa só. Sempre foi e sempre será uma coisa só”, disse Marcelo Sacramento de Araújo, presidente da devoção, que tomou posse no dia 16 de setembro.
O padre Edson Menezes celebrou o lançamento. “Estamos vivendo um momento de comunhão e fraternidade, o que é próprio da nossa mística cristã católica. É uma realidade que atende perfeitamente o desejo do Papa Francisco de que a Igreja viva a sinodalidade, que significa caminhar juntos como irmãos”, falou. O contexto amigável é bem diferente das disputas que se estenderam durante meses.
As primeiras brigas entre o reitor da basílica e Jorge Nunes Contreiras, ex-juiz da devoção, tiveram início em desentendimentos sobre a organização da Lavagem do Bonfim do ano passado. Quando as disputas ficaram mais acirradas, a irmandade solicitou que o padre Edson Menezes tivesse a carteira de trabalho assinada e limitação quanto ao recebimento das arrecadações financeiras da Basílica do Senhor do Bonfim.
Três meses após o conflito se tornar público, o cardeal Dom Sérgio da Rocha decretou intervenção da Irmandade Devoção Senhor do Bonfim e afastou o então juiz. Membros da devoção recorreram, mas uma decisão provisória do Tribunal de Justiça da Bahia atestou a legalidade da decisão. O caso foi relembrado pelo advogado Otoney Alcântara, durante o lançamento da nova marca.
“Os desembargadores entenderam que a intervenção é completamente legítima. Durante o percurso, houve novas eleições e alguns membros da devoção voltaram a compor a chapa atual. Todos os atos praticados, da intervenção até agora, são legítimos, e o processo voltou ao juiz para que ocorra a decisão final”, detalhou Otoney Alcântara. O presidente da devoção Marcelo Sacramento disse que a basílica deverá passar por uma auditoria fiscal dos últimos três anos.
Novidades
Além do anúncio da nova marca do santuário, o padre Edson Menezes falou, nesta quarta-feira (30), sobre a programação de final de ano que antecede a Lavagem do Bonfim. A celebração será realizada no dia 16 de janeiro. A Festa de Nossa Senhora da Guia será realizada entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro e, a novena do Senhor do Bonfim, entre os dias 9 e 19 de janeiro.
Além disso, entre novembro e janeiro, o Santuário do Senhor do Bonfim estará aberto para receber eventos que ocorram na Colina Sagrada. Segundo o presidente da devoção, serão disponibilizadas camisetas e um espaço para receber os visitantes. “São inúmeras caminhadas e corridas que acontecem, a partir de 1º de novembro, e criamos uma forma de acolher essas pessoas com ainda mais carinho. Os interessados devem procurar a gestão da irmandade, que terá um setor específico para acolher os visitantes”, disse Marcelo Sacramento.
Foi anunciado ainda que o santuário planeja a construção de um columbário, local onde são guardadas urnas com as cinzas de pessoas que foram cremadas. O projeto está em andamento e a nova estrutura deve ocupar o local onde hoje funciona o Museu do Bonfim, no pavimento superior da igreja.