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Após confusão com PM, Jerônimo chama Kannário de 'cantor polêmico' e faz apelo por 'pacificação'

Governador pediu que Kannário trabalhe para "pacificar" a relação entre os foliões e a corporação

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Wendel de Novais

  • Esther Morais

Publicado em 5 de março de 2025 às 12:39

Igor Kannário
Igor Kannário Crédito: Reprodução

O governador Jerônimo Rodrigues falou nesta quarta-feira (5) sobre alguns momentos controversos com artistas no Carnaval. Ele chamou Igor Kannário de "um cantor polêmico", depois do artista abandonar o trio por conta de uma confusão com a Polícia Militar. Jerônimo fez um apelo para que Kannário trabalhe para "pacificar" a relação entre os foliões e a PM. "Eu já tinha pedido pela imprensa que a gente pudesse utilizar os nossos artistas, assim como ele, para inclusive pacificar essa relação entre o folião e a segurança pública e a Polícia Militar, principalmente, eu tenho pedido sempre isso, nós não podemos ver um artista colocando....".

Além disso, Jerônimo afirmou que qualquer comportamento fora das regras de policiais será alvo de investigação. "Tudo que foi feito fora da linha e da orientação da polícia bicentenária vai ser apurado, mas sobre a postura do cantor eu quero continuar pedindo também a ele, que ele possa continuar cantando no carnaval da Bahia e ajudando a gente a criar um ambiente de paz entre os foliões que são fãs dele e aqueles outros que estão aprendendo a gostar", acrescentou. 

Ele continuou: "Nós não podemos nesse momento criminalizar ninguém, nós temos a democracia da cultura, que é isso que o Carnaval", disse ele. Ele pontuou que é preciso atender todos os estilos. "É um público, assim como a gente tem Armandinho, tem aqueles que cantam músicas mais velhas, aqueles que lançam, tem o estilo que, como se coloca, é da favela, que precisa ter, é a diversidade".

Jerônimo minimizou outras confusões que aconteceram durante os dias de folia. "Eu quero ver o lado positivo. Eu vi nessa homenagem do Axé Music a unidade muito forte dos artistas. Acho que é isso que fica pra nós. Ali um entrevero entre um artista e outro, eu não posso polemizar isso porque é tão grande a participação de uma estrela como Léo Santana, Daniela, Ivete, Saulo", elencou. Para ele, momentos de união ficarão mais marcados. "Você vê os gestos, pra mim o que fica é o reconhecimento que nós temos 40 anos celebrando essa situação, vocês viram ali a imagem que o Saulo fez com a Polícia Militar, reverberou internacionalmente", acrescentou. 

Trio abandonado

Igor Kannário interrompeu a apresentação e abandonou o trio pipoca que puxava na noite de segunda-feira (3) no Circuito Osmar (Campo Grande) após uma confusão com a Polícia Militar. O artista reclamou da forma que os PMs estavam tratando os foliões e criticou o uso de spray de pimenta durante a folia.

Segundo Kannário, o efeito do gás chegou a atingir crianças que estavam na pipoca e os músicos em cima do trio. "Façam o trabalho com consciência e responsabilidade. Há famílias que estão aí embaixo. Se ver alguém badernando... precisa de spray de pimenta? Prende. O uso é prejudicial. Estou rouco aqui já", reclamou.

Ele ainda pediu uma reunião com o Comandante-Geral da PM-BA, Coronel Coutinho, para resolver as divergências. "[Minha] pipoca precisa ser respeitada como a de Bell, Saulo. Não sou ladrão, não sou traficante, não devo nada e preciso de vocês [policiais] aqui para proteger as mulheres, os trabalhadores", solicitou.

O discurso durou cerca de dez minutos e, ao final, o cantor desistiu e finalizou o show. "Não aguento mais. Tenho que ficar dialogando por coisas que acontecem há mais de 20 anos. Se for para cantar vendo a galera tomando porrada lá embaixo, não dá para mim", acrescentou.

Kannário também repetiu a ideia de que não quer mais tocar no Carnaval de Salvador. "Não consigo mais, já deu para mim. Obrigada, gente", concluiu. Por fim, ele saiu do palco e a transmissão foi encerrada.