Após cinco adiamentos, acusado de feminicídio contra quilombola será julgado dia 31

Elitânia de Souza foi morta em novembro de 2019

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Publicado em 24 de julho de 2024 às 08:30

Elitânia de Souza Crédito: Foto: Reprodução/TV Bahia

Previsto para acontecer nesta quarta-feira (24), o julgamento de Alexandre Passos Silva Góes, acusado pelo feminicídio da jovem quilombola Elitânia de Souza, foi adiado para o dia 31 de julho, às 9h30, no Fórum Augusto Teixeira de Freitas, em Cachoeira (BA). É a quinta vez que o julgamento é adiado.

Com o adiamento do júri popular, foi remarcado também o ato organizado pelo Odara - Instituto da Mulher Negra e pela Tamo Juntas – Assessoria Multidisciplinar Gratuita para Mulheres, que convocam ativistas e pessoas sensíveis ao caso para se reunir na frente do fórum para um ato público por justiça para Elitânia e outras mulheres negras vítimas da violência e do feminicídio, que agora acontecerá também no dia 31, às 8h.

Maria Leticia Ferreira, advogada da Tamo Juntas, organização que faz a assistência de acusação junto ao Ministério Público no caso, pontua que mais um adiamento “causa indignação em razão do longo tempo desde o crime, da revitimização imposta aos familiares, além da necessidade de intimar novamente todos os jurados e testemunhas”.

A redesignação do júri foi feita por despacho disponibilizado no sistema na noite do último dia 22 de julho, menos de 48 horas antes do julgamento, o que, segundo Letícia, impacta na mobilização de todas as pessoas envolvidas.

Relembre o caso

No dia 27 de novembro de 2019, a estudante do 7º período do curso de Serviço Social, Elitânia de Souza da Hora, de 25 anos, caminhava para casa acompanhada de uma amiga após ter aulas no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Cachoeira, quando foi surpreendida e morta a tiros por Alexandre, que não aceitava o fim do relacionamento.

Elitânia já vinha relatando às pessoas mais próximas sobre as agressões e ameaças que sofria do ex-companheiro, já havia prestado duas queixas contra o mesmo, e estava sob medida protetiva concedida pela Justiça para impedir a aproximação do agressor.

Alexandre será julgado por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e por ter sido à traição, emboscada). A expectativa das advogadas Maria Leticia Ferreira e Rosane Muniz, da Tamo Juntas, é que Alexandre seja condenado com todas as qualificadoras.