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Maysa Polcri
Publicado em 17 de outubro de 2024 às 14:11
Após ataques a ônibus em Salvador, a frota ganhou um reforço nesta quinta-feira (17). Foram entregues 18 novos ônibus com ar-condicionado pela Prefeitura, em Campinas de Pirajá, durante esta tarde. Os coletivos vão atender os bairros Pau Miúdo, Macaúbas, Nova Brasília, Barra, além de linhas do Terminal Acesso Norte. A expectativa é que eles comecem a rodar na cidade ainda nesta semana.
A entrega dos veículos estava marcada para a semana que vem, mas a prefeitura decidiu adiantar a inclusão dos ônibus na frota devido aos ataques registrados nos últimos dias. Entre janeiro e outubro deste ano, oito ônibus foram incendiados em ações criminosas na capital baiana. O último episódio aconteceu na quarta-feira (16), no bairro IAPI. A onda de ataques acompanha o aumento de homicídios na Região Metropolitana de Salvador. Em 24 horas, 14 pessoas foram mortas na localidade.
No início da tarde desta quinta-feira (17), ao menos cinco bairros de Salvador estavam com a circulação de ônibus parcialmente suspensa pelos conflitos: IAPI, Pernambués, Bairro da Paz, São Gonçalo do Retiro e Pero Vaz. Durante a entrega dos novos coletivos, Fabrizzio Muller, secretário de Mobilidade de Salvador, cobrou ações mais efetivas para garantir a segurança da população.
"O nosso objetivo é retornar [a circulação dos ônibus] o mais rápido possível. Mas é necessário sentir a temperatura do local. O retorno depende do sentimento de normalidade e garantia de segurança por parte do Estado. Não somente colocar policiamento ostensivo no horário de pico porque temos o transporte público adentrando as áreas de 4h30 da manhã até meia-noite", disse.
Apenas neste ano, Salvador ganhou 75 novos ônibus com ar-condicionado. A previsão é de que outros 55 sejam entregues até o final do ano, quando os coletivos com ar deverão corresponder a 42% da frota. Cada ônibus custa, em média, R$900 mil. O titular da Semob explica de que forma os ataques aos veículos podem impactar no aumento da tarifa do transporte.
"O prejuízo [dos ataques] não é diretamente da prefeitura porque se trata de uma concessão pública. No momento de crise do transporte público, que acontece em todo o país, é um prejuízo grande porque todo o investimento que é feito pelos concessionários é distribuído para a tarifa", detalha Fabrizzio Muller.
"Essa é a lógica da concessão pública, então se há uma necessidade maior de renovação de frota ou de reposição de equipamentos, isso acaba refletindo de alguma forma no valor da tarifa. Então, o prejuízo para a população é duplo", completa.