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Após 15 dias de sumiço em ferro-velho, família de jovens seguem sem respostas: 'Frustrante e triste'

Famílias de Paulo Daniel Pereira e Matuzalém Silva continuam indo diariamente atrás das autoridades policiais em busca de informações sobre os jovens

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 18 de novembro de 2024 às 17:23

Familiares de Paulo Daniel e Matuzalém buscam respostas para o desaparecimento dos jovens
Familiares de Paulo Daniel e Matuzalém buscam respostas para o desaparecimento dos jovens Crédito: Marina Silva

Quinze dias e uma incerteza: os familiares dos jovens Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, de 25, continuam sem respostas para o desaparecimento dos trabalhadores. A ausência de informações é a força mobilizadora que faz com que parentes e amigos continuem indo dia após dia ao último local em que os dois foram vistos, um ferro-velho no bairro de Pirajá, e à porta das autoridades policiais responsáveis pelas investigações.

Para a família, o sentimento é de tristeza e frustração. “Se fosse o filho de branco, que morasse em um dos bairros nobres de Salvador, a resposta já teria vindo. Como é um preto, pobre, periférico, um incômodo, as autoridades ficam todos acomodados. É frustrante, é triste para uma família, para uma mãe”, relata Fernanda Cruz, tia de Paulo.

Ela conta que, embora estejam acompanhando diariamente as investigações, não têm recebido muitas informações da polícia. Nesta segunda-feira (18), data em que se completa 15 dias desde que os jovens desapareceram, as famílias estiveram no ferro velho. “Amanhã, [iremos] na delegacia e depois de manhã, na quarta-feira [20], será na Secretaria de Segurança Pública. Nós vamos para lá buscar essa resposta”, afirma.

As investigações do caso estão a cargo da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS). O principal suspeito de envolvimento no desaparecimento de Paulo Daniel e Matuzalém é o dono do ferro-velho, Marcelo Batista da Silva. A Polícia Civil (PC) solicitou a prisão dele, que foi deferida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas Marcelo se encontra foragido.

Contato com a família

De acordo com a tia, nesses 15 dias, o suspeito entrou em contato com a família duas vezes para alegar inocência no caso. “Na semana passada ele entrou em contato com a esposa, só que aí ela já passou tudo para o delegado, os áudios dele, as mensagens dele, e depois desse momento não teve mais contato nenhum”, diz.

O primeiro contato, no entanto, foi no dia seguinte ao desaparecimento dos jovens. No áudio, além de alegar sua inocência, o homem disse ter denunciado um furto, no qual afirma que os dois jovens teriam participação, no domingo anterior (dia 3 de novembro). Ele afirmou ter ido até a 4ª Delegacia de Polícia Civil registrar o crime.

“Eu estava na delegacia ontem, na 4ª delegacia, conversando com o delegado, expliquei para ele que estava havendo furto na minha empresa de mais de três toneladas de material, que a gente estava dando conta dessa falta e que eu não aguentava mais e que no domingo, a gente fez campanha lá, botou um funcionário meu e a gente conseguiu pegar o caminhão carregado lá no fundo, e acionamos a polícia, que prendeu o caminhão”, diz o homem no áudio. O CORREIO entrou em contato com a Polícia Civil para checar se há o registro, mas não houve retorno até a publicação.

Investigações

No dia 12 de novembro, um carro foi localizado em uma loja, no município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), segundo informações da TV Bahia. Avaliado em cerca de R$ 750 mil, o carro teria sido levado até o local  para realizar a troca do banco, que possuía manchas que poderiam ser de sangue. De acordo com informações da PC, ele passou por perícia e foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Itapuã. No dia seguinte, a mãe de Paulo Daniel foi convocada à coleta de amostras de DNA.

No dia 8 de novembro um outro veículo que pertenceria à Marcelo já havia sido encontrado incendiado. “Segundo as informações, o pessoal dali mesmo disse que duas horas da manhã, um dos funcionários dele já ateou gasolina e tocou fogo”, sugere a familiar de Daniel, que afirma ter visto uma marca de tiro no vidro traseiro do veículo, no dia anterior.

A PC informou, nesta segunda, que o caso segue em investigação.

*Com orientação da subeditora Carol Neves.