Antes de se tornar vizinho, assassino de Aisha morava ao lado da escola da vítima

Segundo vizinhos, Joseilson Souza da Silva conhecia a rotina da garota

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  • Larissa Almeida

Publicado em 24 de julho de 2024 às 06:00

Joseilson Souza da Silva
Joseilson Souza da Silva ao sair do DHPP Crédito: Marina Silva/CORREIO

Joseilson Souza da Silva, o assassino confesso da pequena Aisha Vitória Santos da Silva, encontrada morta na madrugada desta terça-feira (23), após desaparecer no bairro de Pernambués, em Salvador, era recém-chegado na Travessa São Jorge – localidade situada dentro do próprio bairro –, onde vivia há três meses. No entanto, ele já morava na região há cerca de um ano e, inclusive, bem próximo à vítima: ao lado da Escola Municipal de Pernambués, lugar onde a garota estudava.

De acordo com vizinhos, Joseilson se mudou de forma repentina e adotava comportamento isolado na região, exceto quando estava alcoolizado. “Eu só via ele na praça, bebendo e dançando com algumas pessoas. Antes, ele morava depois do colégio que Aisha estudava, e de repente foi morar ali, onde só vive família, e poucas pessoas moram de aluguel. Ele andava na rua e não olhava nos olhos das pessoas”, conta Eliana Souza, uma das amigas da família da vítima.

Segundo ela, o homem também tinha o costume de oferecer doces e dinheiro para as crianças. Contudo, Eliana não acredita que tenha sido dessa maneira que Aisha foi atraída por ele. Isso porque, no fim da tarde, uma vizinha e proprietária de um pequeno mercado disse ter atendido a menina, que seguiu o rumo normal a caminho de casa. A suposição dela, nesse caso, é que Aisha tenha feito o favor de comprar algo para o autor confesso do crime e, ao devolver o troco, tenha sido forçada a entrar na casa dele.

Danilo Oliveira Moraes, primo de consideração de Aisha e da mãe dela, admitiu estar inconformado com o crime porque a menina não costumava sequer falar com estranhos. “Ela era uma menina muito doce. Gostava muito de fazer pulseira de bolinha e presentear as pessoas ou até mesmo vender. Era uma menina muito boa de vendas, tinha um espírito empreendedor. Ela costumava dar algumas pulseiras para a mãe, dizendo que era para a mãe sempre lembrar dela. Mas não costumava falar com estranhos, era esperta”, afirma.

A pequena era caseira e tinha o costume de sair de casa apenas para ir até a residência da avó, que era do outro lado da rua. A proximidade dava liberdade para que ela circulasse no local, mas também para que Joseilson soubesse da sua rotina.

Aisha foi vista pela última vez com vida às 17h de segunda-feira (22). Depois, só foi encontrada, já sem vida, às 4h40, na Travessa São Jorge. No fim da manhã desta terça-feira (23), na casa do vizinho que confessou o crime, foram encontradas as sandálias da vítima, que estavam em cima do telhado, e uma boneca, localizada atrás da geladeira.

O corpo da menina foi velado na noite desta terça-feira (23), na Igreja Batista Jerusalém, na Avenida São Paulo, ao lado da Escola Municipal de Pernambués. O sepultamento da jovem está marcado para a manhã desta quarta-feira (24), no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, às 11h30.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro