Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Antes de Iemanjá, tem Oxum: saiba tudo sobre o presente entregue a orixá no Dique

Concentração tem início às 17h30 deste sábado, na Arena Fonte Nova

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 21:13

Presente às Águas Sórodó
Presente às Águas Sórodó Crédito: Reprodução/@sorodo_osun

"É preciso, primeiro, adoçar o coração para depois salgar os pés". A expressão para caracterizar o Presente às Águas Sórodó não é usada à toa: anualmente, antes que seja celebrado o dia da Rainha do Mar, a Rainha das Águas Doces precisa ser saudada. Neste dia 1º de fevereiro, o presente será entregue a Oxum, como manda a tradição, no Dique do Tororó, a partir das 17h30, em frente à Arena Fonte Nova. 

A previsão é que o cortejo deixe o local da concentração por volta das 19h, sendo puxado pelo Afoxé Filhos de Gandhi, pelo cacique Carlinhos Brown, pela Orquestra de Agogôs e pela banda afrofeminina Yaya Muxima.

"É preciso frisar que todas as águas doces, em algum momento, vão desaguar nos mares. Por isso, nós usamos a expressão de que é preciso, primeiro, adoçar o coração para depois salgar os pés, numa referência de que primeiro a gente leva os presentes a esta grande divindade, que é Oxum, para depois ir às águas salgadas levar as oferendas a esta outra grande mãe, que é Iemanjá", explica o presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (Afa), Leonel Monteiro. 

Segundo o gestor, a celebração acontece anualmente no Dique do Tororó, pois é um ponto de águas doces próximo a uma quantidade significativa de terreiros de Candomblé.

"No dia 1º de fevereiro é realizado o Sórodó com a maior importância devido ao aspecto histórico daquela área e tudo que aquela área representa para as comunidades tradicionais de terreiro, todo o seu axé, magia e história, circundado, inclusive, por muitos terreiros que ali estão em toda aquela região", acrescenta Monteiro, que faz questão de lembrar que outros Sórodós podem ser feitos ao longo do ano, embora o momento mais especial é o que antecede a celebração da Rainha do Mar. 

Origem

A tradição conta que, na década de 1990, uma moradora da região do Dique do Tororó pediu pela saúde da filha e, ao alcançar, decidiu agradecer à Obaluaiê, "que lhes disse: quem curou sua filha foi Oxum, e é a ela que devem agradecer". O presente passou a ser oferecido anualmente, instituindo a tradição.

"Nos últimos anos, o Sórodó está sendo reavivado e ganhando cada vez mais força no calendário das festas populares da cidade. A cada 1° de fevereiro, uma multidão para o Dique do Tororó e seguem em cortejo embalado pelo ijexá margeando toda a extensão do Dique, levando balaios com flores e outras oferendas para Oxum. De lá, muitos seguem para o Rio Vermelho para a acompanhar a chegada do presente principal dos pescadores e a alvorada que anuncia que 'afinal o dia dela (da Rainha do Mar) chegou'", celebra o diretor de patrimônio e equipamentos culturais da Fundação Gregório de Mattos, Chicco Assis.