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Maysa Polcri
Publicado em 27 de novembro de 2023 às 12:25
Amigos do dentista Lucas Maia de Oliveira, 36, que foi encontrado morto em seu apartamento na Avenida Cardeal da Silva, acreditam que o suspeito de cometer o crime ficou hospedado na casa da vítima entre sábado (18) e terça-feira (21). O corpo de Lucas foi encontrado cinco dias depois, no último sábado (25), em estado avançado de decomposição.
Lucas Maia tinha o costume de levar homens para ter encontros em seu apartamento, no Rio Vermelho. Nem sempre eram pessoas conhecidas há muito tempo e, por motivos de segurança, o dentista enviava imagens deles para pessoas próximas. Um amigo de Lucas recebeu a foto do rapaz que ficou hospedado na casa dele no final de semana antes do crime. A foto, no entanto, foi enviada como visualização única e não ficou armazenada no celular.
Na terça-feira (21), Lucas enviou uma mensagem ao amigo contando que o rapaz havia ido embora da sua casa. “Ele conheceu esse cara no sábado (18) e, na terça-feira (21), mandou uma mensagem dizendo: ‘Dispensei. Estou sem paciência’”, conta o amigo, que prestou depoimento na delegacia e preferiu não ser identificado.
O homem que passou três noites no apartamento do dentista teria contado que mora em Itapuã e que foi expulso de casa. “A diarista que trabalhava com Lucas viu esse homem na segunda-feira (20) e disse que não foi com a cara dele. Lucas chegou a sair para malhar e deixou o cara no apartamento com ela. Ele não via maldade”, afirma o amigo.
Nas imagens da câmera de segurança do elevador do prédio, o suspeito do crime utiliza um capuz e não se vira para a câmera em momento algum. Por isso, os amigos de Lucas acreditam que o assassino já conhecia o apartamento.
Não é possível ter certeza que o homem que passou três noites na casa de Lucas é o suspeito do crime porque, durante a semana passada, outros dois homens foram até a casa do dentista. No ano passado, ele teve a casa roubada e foi dopado em uma das festas que realizou.
“Na quarta ou quinta-feira ele mandou foto dos outros dois e essas não foram de visualização única”, relata o amigo. A imagem dos outros homens foram entregues à polícia. O crime é investigado pela 1º Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e com a delegada Zaira Pimentel, que está à frente do caso, mas a solicitação de entrevista não foi atendida.
No mesmo dia que o corpo foi encontrado, no sábado (25), familiares de Lucas estiveram na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) para registrar o desaparecimento do dentista, que não fazia contato com familiares desde quinta-feira (23). Outro amigo de Lucas, que tinha a chave do apartamento, foi até o local e encontrou o corpo do amigo, já em estado de decomposição.
O enterro aconteceu no domingo (26), em Santo Antônio de Jesus. Lucas Maia era natural da cidade, mas morava em Salvador há cerca de 20 anos. Ele atendia em uma clínica em Mares, na Cidade Baixa.
Segundo a Polícia Civil, familiares de Lucas estiveram na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), neste sábado (25), para registrar o desaparecimento do homem e foram orientados a procurá-lo em sua casa e hospitais de grande circulação.
O corpo do dentista estava em estado avançado de decomposição. Ainda de acordo com a polícia, o carro da vítima não estava na garagem e o imóvel havia sido revirado e saqueado.
A polícia não divulgou se o corpo de Lucas apresentava sinais de violência. As guias para remoção e perícia foram expedidas e os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) devem esclarecer a causa da morte. O caso será apurado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).