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Elaine Sanoli
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 22:28
A Polícia Civil abriu investigação de uma agressão dentro da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Um estudante atacou uma colega com uma máquina de barbear e 'raspou' parte do cabelo da colega. Informações indicam que os dois jovens já possuíam desavenças antes da agressão. >
A denúncia de lesão corporal foi feita nessa quarta-feira (22). Uma jovem, de 20 anos, relatou às autoridades policiais que "o autor do ato teria cortado parte de seu cabelo em frente à sala de aula, após uma série de desentendimentos que começaram meses antes. O conflito incluiu acusações mútuas, intimidações e publicações nas redes sociais", informou a polícia.>
Segundo consta no registro da ocorrência, a vítima utilizou um spray de pimenta para tentar se defender da agressão. "Outras pessoas presentes no local também relataram sentir-se ameaçadas", acrescentou.>
Em seu perfil nas redes sociais, o jovem responsável pela ação afirmou que os dois já tiveram atritos em diferentes momentos, desde que ele iniciou o curso de Medicina Veterinária. Ele relatou ter chegado "no seu limite" após ser alvo constante de homofobia e piada de colegas. "Eu virei o demônio, gritava na sala que havia sofrido homofobia e injúria, já que também havia me xingado horrores, e o professor só disse que se quiséssemos continuar a discussão, que fôssemos para fora da sala", relembrou, sobre um dos episódios de atrito com a jovem. >
O estudante contou ao CORREIO que os desentendimentos começaram em novembro do ano passado, durante uma aula da matéria de histologia, em que ele afirma ter sido alvo de um comentário homofóbico. Ela teria o chamado de "monstruosidade", segundo o relato, por ser "homossexual" e "velho".>
Na quarta-feira, o rapaz já estava com a máquina de barbear na bolsa, pois, de acordo com ele, é sua forma de se proteger. "Eu coloquei em minha mochila um barbeador elétrico, que é o máximo de proteção que eu poderia ter. O que é que um barbeador faz? Corta cabelo, ele não vai machucar", disse. Ele alegou que foi acusado de estupro pela jovem e foi questioná-la sobre a origem do boato, no momento em que viu o spray de pimenta nas mãos dela. "Ela puxou o spray para me atingir e eu me defendi". >
Os estudantes estavam no campus do Canela, no Instituto de Ciências da Saúde (ICS), no momento da confusão. A universidade foi procurada pelo CORREIO, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. A reportagem não conseguiu contato com a jovem agredida. O espaço segue aberto.>
O caso é investigado pela 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris). As apurações seguem em andamento para esclarecer o ocorrido.>
*Esta matéria foi atualizada nesta sexta-feira (24), às 17h40, para incluir o posicionamento do autor da agressão.>