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Raquel Brito
Yasmin Oliveira
Publicado em 2 de abril de 2024 às 21:28
Com apenas um ano e quatro meses de gestão, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) conseguiu, nesta terça-feira (2), aprovar na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) o seu sexto pedido de empréstimo. Com a autorização para adquirir mais R$ 400 milhões, a administração petista já acumula um total de R$ 3,7 bilhões em créditos.
A proposta teve 46 votos favoráveis e nove contra. Todos os contra são bancada de oposição, que reclamou da falta de transparência no uso do dinheiro. São eles: Robinho, Alan Sanches, Luciano Simões Filho, Sandro Régis, todos do União Brasil, Leandro de Jesus, Diego Castro, ambos do PL, Samuel Júnior (Republicanos), Kátia Oliveira (MDB) e Fabrício Pancadinha (Solidariedade).
“Como é que o governador quer tomar mais um empréstimo sem nem dizer dessa vez qual será a instituição financeira onde vai captar o recurso? Além disso, ninguém sabe exatamente como o empréstimo será aplicado na prática porque o projeto de lei não detalha isso”, afirmou o líder da minoria, Alan Sanches. De acordo com o governo, o recurso será destinado à área de segurança pública.
Alan Sanches disse que o governador tem pedido um empréstimo a cada dois meses. Segundo ele, a gestão estadual fará, em breve, um sétimo pedido de crédito na ordem de R$1,2 bilhão. O parlamentar ainda afirmou que o balanço geral do Estado mostra uma reserva de caixa de R$ 7 bilhões. “O governo tem mesmo a necessidade de continuar contraindo empréstimos, tendo tanto dinheiro em caixa?”, questionou.
No primeiro ano de mandato, os pedidos de empréstimo chegaram a R$ 3,3 bilhões. Em agosto de 2013, a gestão petista solicitou R$ 400 milhões. Em setembro do mesmo ano, foram três pedidos que totalizaram US$ 268 milhões (equivalente a R$ 1,3 bilhão com a cotação de R$ 5,06). Dois meses depois, em novembro, contratou R$1,6 bilhão junto ao Banco do Brasil.
Líder do governo na Alba, Rosemberg Pinto (PT) disse que os empréstimos não comprometem “em hipótese alguma” as contas do governo. Em nota enviada à reportagem, a Secretaria da Fazenda informou que as contas estaduais encerraram 2023 em equilíbrio fiscal, o que respalda as operações de crédito contratadas pelo governo. A pasta ressaltou ainda que a dívida pública da Bahia está entre as mais baixas do país.
*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva