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'Agora eu vejo a areia’: banhistas comemoram limitação de sombreiros no Porto da Barra

Medida da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) gerou controvérsias

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 14:21

Porto da Barra na manhã desta quarta-feira (29)
Porto da Barra na manhã desta quarta-feira (29) Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Um dia após o protesto dos barraqueiros no Porto da Barra, banhistas comemoram a limitação de kits (sombreiro e cadeiras) na faixa de areia entre o Forte São Diogo e o Forte de Santa Maria na manhã desta quarta-feira (29). A bióloga Shirley Muniz, 46 anos, é natural de Salvador e vai à praia do Porto desde a infância. Para ela, o espaço gerado pela nova reformulação da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) traz conforto ao banhista.

“Estou adorando essa história da praia vazia. Os banhistas têm que ter o direito de escolher se querem cadeira ou não, se querem trazer sua própria cadeira. Fora que os preços já estavam muito abusivos. Eles são aproveitam da questão dos turistas e estavam extorquindo os turistas”, diz a bióloga. Nesta quarta, a reportagem fez um levantamento com quatro barraqueiros da região: a cadeira saía por R$ 10 e o sombreiro por R$ 20.

Shirley Muniz conta que nunca passou constrangimento com os trabalhadores da praia, mas já presenciou situações delicadas. “Já vi gente falar que não estava com dinheiro suficiente (para alugar os kits), e eles (funcionários das barracas) expulsarem as pessoas, sendo grossos. De certa forma, isso é desagradável”, relata. A biológa preza pela tranquilidade e pelo conforto na faixa de areia. “Agora eu vejo o mar, vejo a areia. Até quem passa lá de cima tem uma visão mais bonita da praia”, conclui.

Shirley Muniz e família
Shirley Muniz e família Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Morador da Barra e frequentador do Porto há mais de 30 anos, o administrador Cesar Torres, 60, avaliou positivamente a medida. Ele e a esposa chegam cedo à praia e ficam, no máximo, uma hora. “Era desconfortável chegar aqui (no Porto) e não ter um espaço público, não ter um espaço para a gente ficar confortável. Era necessariamente obrigado a ficar numa cadeira. Eu trago a minha cadeira, então, eu ficava literalmente procurando um espaço vago para poder ficar”, relata.

Nem sempre era fácil encontrar um lugar para colocar a própria, segundo Torres. E aí morava o problema: ao tentar remover a cadeira de um barraqueiro, o profissional não gostava da atitude. “Não via com bons olhos. Entendo a medida, o lado dos barraqueiros, mas estavam em excesso. É aquele ditado, ‘nem oito nem 80’. Não pode ficar 100% sem kits porque eles são profissionais, têm famílias, mas não podem colocar 120 cadeiras”, pontua.

Cesar Torres, morador da Barra
Cesar Torres, morador da Barra Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Na última terça-feira (28), os barraqueiros protestaram contra as medidas que deram uma nova configuração ao uso da faixa de areia na quinta-feira (23). As novas regras incluem a delimitação do espaço destinado a cada permissionário, para ordenar a ocupação, e a limitação do número do número de cadeiras e sombreiros que cada um deles pode fixar no local. Foi estabelecido que cada barraca forneça, no máximo, 30 cadeiras e 10 sombreiros.

De acordo com o diretor da Semop, Alysson Carvalho, o Porto da Barra tem, em média, 35 permissionários. Ao todo, são permitidos, então, 350 sombreiros e 1050 cadeiras. “É um número muito grande de equipamentos em uma extensão de faixa de areia de 250 metros. A gente precisa encontrar verdadeiramente o equilíbrio, do trabalhador informal executar as atividades, gerando renda, mas sem trazer nenhum tipo de obstáculo”, diz Alysson Carvalho.