'Afogamento é principal causa de morte de crianças de 1 a 4 anos', diz Major do Corpo de Bombeiros

Menino morto no Subúrbio Ferroviário foi vítima de afogamento

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  • Wendel de Novais

Publicado em 3 de maio de 2024 às 08:00

Gabriel, de 1 ano e meio, foi vítima de afogamento no feriado
Gabriel, de 1 ano e meio, foi vítima de afogamento no feriado Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

A morte de Gabriel dos Santos Cordeiro, de 1 ano e seis meses, que se afogou em uma praia do Subúrbio Ferroviário de Salvador na tarde de quarta-feira (1º), não é um registro incomum para crianças da idade dele. De acordo com o Major Francisco Duarte, comandante do Batalhão Marítimo do Corpo de Bombeiros, o afogamento lidera como principal causa de morte de crianças nos primeiros quatro anos de vida. O menino teve o corpo localizado quase 17 horas depois.

“A gente sempre recomenda muito cuidado com crianças pois elas são, seguramente, as maiores vítimas em mortes por afogamento. No caso de crianças de 1 a 4 anos de idade, o afogamento é a principal causa de mortes registradas, superando doenças. E, para crianças de 8 a 12 anos, o afogamento também está entre as principais causas, sendo o segundo motivo para os de 5 a 8 e o quarto para os que têm de 8 a 12”, fala o comandante. Os dados são de ocorrências registradas no Corpo de Bombeiros.

Ainda assim, o pai de Gabriel, Alessandro Pereira Cordeiro falou sobre sua indignação pelo fato de que ninguém na praia, que estava cheia, viu o que aconteceu para impedir a morte da criança. O menino sumiu às 16h nas imediações do mar de Praia Grande e só apareceu dois quilômetros à frente, já em uma praia do bairro de Periperi.

"Não me conformo com isso. Ela [mãe] estava com ele e, em dois minutos, o menino sumiu. A praia estava cheia, a maré baixa, e ninguém viu ele se afogar? Não consigo acreditar, não esperava que isso acontecesse com ele", afirma o pai, destacando que o menino já tinha ido outras vezes à praia que, por estar perto de onde a família vive, é o local comum de lazer desde o nascimento da criança.

O Major Duarte destaca que, na região, é incomum o registro de mortes por afogamento justamente pela característica do mar na área. Ele ressalta, no entanto, que para as crianças, qualquer mar representa um perigo e há uma grande necessidade de que os responsáveis estejam alerta o tempo inteiro.

“Nessas praias da Baía de Todos-os-Santos, é muito incomum vermos mortes por afogamentos. São praias rasas, sem ondas e muito menos correntes de retorno, que representam perigo. No ano passado, por exemplo, não registramos nenhuma morte por afogamento na área. No entanto, mesmo em lugares assim, o cuidado constante é fundamental com crianças, que não têm a mesma capacidade de adultos para se precaver e nem mesmo a noção de risco”, adverte o Major.

Gabriel estava com a mãe, na casa da avó, que fica localizada na beira do mar de Praia Grande. De acordo com familiares, a mãe se perdeu da criança em questão de minutos, quando foi ao banheiro, e não conseguiu mais encontrá-lo.