Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 15 de outubro de 2024 às 10:28
Há um mês, a rotina diária de João Vitor Santos Silva, 17 anos, morto em latrocínio no Uruguai, era a mesma. Pela manhã, estudava. De tarde, a partir das 14h, trabalhava no hortifruti e chegava em casa sempre às 20h, na Rua Dez de Outubro, como fez na noite de segunda-feira (14). Dessa vez, entretanto, o jovem teve o percurso interrompido ao ser alvo de um assalto por dois criminosos em uma moto e acabar baleado no pescoço em frente à própria casa.
Tia de João, Iraci Teixeira mora no mesmo local, só que na casa que fica embaixo de onde a vítima residia. Ao falar do sobrinho, ainda muito balada e com lágrimas nos olhos, ela o descreve como um garoto tranquilo, que era querido por todos e que tinha iniciado uma nova etapa na vida ao tentar ajudar a família trabalhando quando não estava na escola.
"Eu acho que ele começou tem um mês e estava indo muito bem. Ia para escola dele de manhã direitinho, vinha almoçar e depois, quando era umas 14h, saía para ir trabalhar nesse hortifruti. Não fica longe, é na Rua Direta do Uruguai, uns cinco minutos daqui de casa. Ele ia e voltava a pé, ninguém imaginou que, em uma dessa, matariam João na rua", fala ela, sem conseguir segurar as lágrimas.
Depois de ser atingido pelo disparo, João foi prontamente socorrido pela família, que o levou de carro para uma unidade de saúde. No local, no entanto, ele não resistiu aos ferimentos e morreu uma hora depois. Logo após a vítima ser atingida, os dois assaltantes saíram em fuga. Eles não foram identificados e nem capturados, mas a população afirma que os dois estavam em uma moto de modelo Lander.
Pai de João, Roberto Teixeira da Silva foi o primeiro a prestar socorro ao filho, usando o próprio carro. No local do crime, ele expressou revolta pelo assassinato do adolescente. "Um menino jovem, de 17 anos, voltando do trabalho e acontece uma barbaridade dessa. Até quando a sociedade vai ver esse tipo de coisa? Eu estou arrasado e a minha ficha não caiu ainda. Eu, sinceramente, não estou acreditando que o meu filho se foi", lamenta Roberto.
A mãe de João precisou ser medicada para dormir e não teve condição de conversar com a imprensa. A família, na manhã desta terça-feira (15), faz os procedimentos para a liberação do corpo no Instituto Médico Legal (IML). O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP - Salvador) investiga as circunstâncias da morte. Segundo a Polícia Civil, foram expedidas guias para perícia e remoção do corpo, enquanto diligências são realizadas com o objetivo de identificar a autoria e a motivação do crime.