Acusado de matar mulher no Rio Vermelho praticava roubos no bairro há ao menos quatro anos

Rafael Ferreira Lessa tem passagens por roubos simples e sob grave ameaça

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  • Wendel de Novais

Publicado em 3 de julho de 2024 às 14:18

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Rafael Ferreira Lessa roubava no Largo de Santana e outras ruas do bairro Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Principal suspeito pela morte de uma mulher em bar no Rio Vermelho no início de março, Rafael Ferreira Lessa, 30 anos, tem uma ficha extensa de roubos no bairro. Seja no Largo de Santana ou em ruas internas, ele atua com roubos sob grave ameaça há pelo menos quatro anos, de acordo com registros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Na maioria dos crimes, há uma característica: em parceria com diferentes comparsas, Rafael ameaça vítimas, rouba pertences e inicia fuga.

Em algumas dessas ações criminosas, o suspeito acabou preso em flagrante. Uma delas, por exemplo, aconteceu na festa do 2 de fevereiro em 2020. No caso, por volta das 19h30, Rafael chegou em uma motocicleta com um outro homem e anunciou assalto em frente a um condomínio residencial na Rua Macaúbas. No local, três pessoas foram abordadas e tiveram celulares roubados. Os três aparelhos, juntos, tiveram valores estimados em, aproximadamente, R$ 7 mil.

“Consta dos autos que, no dia e horário supramencionados, as vítimas estavam chegando em sua residência, quando os denunciados, a bordo de uma motocicleta da marca/modelo Honda CG, de cor preta, placa policial PKO-5984, simulando estarem armados, exigiram que os ofendidos passassem os celulares”, diz texto da prisão em flagrante de Rafael. Apesar de terem conseguido os celulares, os criminosos foram avistados por policiais, que os prenderam e recuperaram os aparelhos.

Uma característica das ações de Rafael é assaltar usando um facão durante eventos no bairro. Em outubro de 2023, ele foi preso em flagrante novamente por um roubo durante uma corrida realizada nas imediações do Largo de Santana, onde cinco meses depois ele teria participado da morte da agente de limpeza Gabriela Cristina Santos, 41, que estava como cliente em um bar no local.

No caso do ano passado, enquanto corredores disputavam uma competição, um ambulante denunciou para um policial militar que Rafael estava circulando com uma ‘faca estilo peixeira’. "Quando a guarnição se aproximou do mesmo, percebeu que Rafael havia colocado a faca no balde que estava em posse de outro indivíduo. Ambos tentaram fugar do local sem êxito. Foi encontrada, além da faca, um celular marca Samsung cor vermelha”, disse um soldado PM que prendeu Rafael.

Gabriela Cristina Santos tinha 41 anos
Gabriela Cristina Santos tinha 41 anos Crédito: Reprodução

Ainda em depoimento, o policial contou que, de imediato, o proprietário do celular reconheceu os autores e o seu aparelho que havia sido roubado. Por conta do roubo, tanto Rafael como o outro suspeito tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pela juíza plantonista. Apesar disso, no dia 20 de novembro de 2023, um mês e quatro dias após a prisão em flagrante dos dois, uma decisão relaxou a prisão dos suspeitos, que foram liberados.

Estilhaços de garrafa foram encontrados no local onde Gabriela morreu Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

No documento, a juíza destacou a inexistência de uma ação penal contra eles. Duas semanas antes da liberação, no dia 6 de novembro, o inquérito policial havia retornado para diligências na 7ª Delegacia Territorial de Salvador. “Diante da ausência de Ação Penal e em face do lapso temporal já transcorrido, nos termos do artigo 46 do Código de Processo Penal, entendo que a manutenção da prisão preventiva se mostra desarrazoada visto que impõe a reclusão aos acusados indefinidamente”, explicou a juíza.

Essa foi a última movimentação jurídica em relação a Rafael antes do assassinato de Gabriela em março e o roubo em maio em que foi preso, novamente, em flagrante.