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Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 16:21
O homem acusado de estuprar e matar a menina Aisha Vitória, de apenas 11 anos, no bairro de Pernambués, em Salvador, deve ir a Tribunal Popular. Segundo o advogado da família da jovem, o tipo de julgamento ainda deve ser decidido nos próximos dias, após finalização das alegações.
Durante a audiência de instrução e julgamento do caso, realizada nesta segunda-feira (9), cinco testemunhas de acusação foram ouvidas, e nenhuma testemunha de defesa de Joseilson Souza da Silva.
O acusado se manteve em silêncio durante toda a reunião e deve apresentar a Justiça as alegações finais dentro do prazo de cinco dias, desde a data da audiência.
Para o advogado da família da vítima, Gabriel Cortes, o acusado deve ir a júri popular. "No mesmo prazo, a defesa terá que apresentar as suas alegações finais e o Juiz proferirá a decisão de pronúncia, que tem o condão de submeter o acusado para o julgamento perante o Tribunal Popular, composto por sete jurados da comarca de Salvador", explica.
Ainda de acordo com o advogado, Joseilson pode responder por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. "Os depoimentos e todos os elementos probatórios colhidos na instrução processual são mais do que suficientes para comprovar a materialidade do crime e a autoria delitiva do acusado", avalia.
Enquanto ocorria a audiência, cerca de 30 pessoas, entre familiares e vizinhos da pequena Aisha foram para a frente do Fórum Criminal de Salvador, no bairro de Sussuarana, para pedir por justiça.
O corpo de Aisha Vitória foi encontrado na manhã de 23 de julho, na Travessa de São Jorge, no bairro de Pernambués. A vítima estava sendo procurada desde o dia anterior. A família conta que, quando foi vista pela última vez, a menina saiu da casa onde morava para a residência da avó, que fica na mesma rua, a poucos metros. Aisha era um dos cinco filhos da família.
A Polícia Civil e o Departamento de Polícia Técnica estiveram no local para perícia e remoção do corpo. Ao encontrarem a garota morta, os policiais desconfiaram que ela foi vítima de violência sexual, o que será confirmado após exames periciais. "Deixaram ela de bruços, uns dez metros de distância da casa dela. O corpo estava todo arranhado, com marcas que fizeram a gente pensar o pior, mas a perícia que vai dizer. Eu acredito que alguém da rua tirou o flagrante de casa e largou aqui", disse a tia da vítima, que não quis se identificar.
A tia afirmou ainda que a menina sumiu na porta de casa e que não costumava sair do local onde morava. "Ela foi vista pela última vez às 17h, aqui mesmo na Travessa São Jorge, onde mora com a família. Nunca saiu daqui e sumiu assim, na porta de casa. Às 4h40 da manhã, quem fez essa perversidade deixou ela. Só ouviram o barulho, mas não viram quem foi. Quando saíram, encontraram o corpo e a mãe, desesperada, começou a gritar", completa a tia.
O suspeito admitiu a autoria do crime ainda no local. Após confessar o crime para a polícia, Joseilson sofreu tentativa de linchamento de populares, mas foi conduzido em segurança para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro de Itapuã.
Joseilson morava em Pernambués há pouco mais de um ano, mas havia se mudado para a Travessa São Jorge – localidade situada no próprio bairro, onde Aisha morava com a família – há três meses. De acordo com amigos da família da vítima, que foram ouvidos pela reportagem, ele vivia antes em São Gonçalo dos Campos, na Região Metropolitana de Feira de Santana. Na cidade, o homem era conhecido pelo apelido Pé de Pato e, segundo relatos, realizava pequenos roubos e tentativas de estupro a menores.