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Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2024 às 05:00
Os acidentes envolvendo crianças e adolescentes no Estado da Bahia cresceram 7% em 2023 em relação ao ano anterior. No total, foram registradas 8.520 internações causadas por lesões não intencionais, entre as faixas etárias de 0 a 14 anos, contra 7.927 registros em 2022. As informações são de um levantamento divulgado pela organização Aldeias Infantis SOS, com base em dados do DataSUS.
O estudo, que analisou oito causas de acidente, registrou crescimento de casos em cinco delas. Os incidentes com afogamento lideram o aumento, com um salto de 50% na Bahia. Sufocação (+9%), sinistros de trânsito (+7%), quedas (+6%) e queimadura (+5%). Entre as causas categorizadas, houve queda em casos de acidentes por intoxicação (-8%) e armas de fogo (-4%).
De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Bahia ficou em terceiro lugar em registros de queimadura no ano passado. Apenas quedas e queimaduras somam mais de 70% dos acidentes com jovens baianos em 2023. Quem explica é Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.
“Os dois dados seguem uma tendência observada em levantamento nacional, que aponta essas categorias como as principais causadoras de lesões não intencionais em crianças e adolescentes de todo o país, somando 64% dos casos registrados no Brasil”, diz.
As hospitalizações por conta de acidentes envolvendo quedas somaram 4.590 casos, enquanto as internações em razão de queimadura totalizaram 1.433 registros. Sinistros de trânsito também ganharam destaque no levantamento, somando 708 casos, ou 8% do total.
Um dos casos de queda aconteceu em Simões Filho, no dia 28 de janeiro do último ano. Na ocasião, uma menina de 10 anos se desequilibrou e caiu do terceiro andar do prédio onde morava. Segundo testemunhas, um varal de roupas teria amortecido a queda e a menina estava consciente, sem fraturas expostas.
As crianças e adolescentes que mais sofreram hospitalizações por causa de acidentes, em 2023, tinham de 10 a 14 anos (3.306). Em relação a 2022, houve um salto de 11% nas ocorrências dessa faixa etária. Segundo o levantamento, a maior variação no registro de acidentes locais, de um ano para o outro, foi entre crianças dessa faixa etária. Já os de 5 a 9 anos foram vítimas em 2.780 casos, um aumento de 4% em relação ao ano anterior.
A pesquisa também mostra que, em 2023, foram 2.138 hospitalizações de crianças entre 1 e 4 anos envolvidas em acidentes, o que representa um aumento de 9% em relação a 2022. Os menores de 1 ano, por sua vez, estiveram envolvidos em 296 ocorrências, uma queda de -5% em relação ao ano anterior.
“O período que compreende os 5 aos 14 anos é de maior autonomia e circulação pelos espaços comunitários e, na população que apresenta maior vulnerabilidade social, meninos e meninas dessa faixa etária são, muitas vezes, responsáveis pelo cuidado de irmãos e irmãs menores, o que os deixa mais propensos a acidentes”, finaliza Tonelli.
A nível nacional, o levantamento mostrou que os acidentes de crianças e adolescentes cresceram quase 8% em comparação com o ano anterior. Em 2023, foram 119.245 internações causadas por lesões não intencionais, entre as faixas etárias de 0 a 14 anos, contra 109.988 registros em 2022. É o maior número desde 2019, período pré-pandemia.