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Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 13:30
A Polícia Federal apreendeu nesta segunda-feira (29) pelo menos três notebooks, dez celulares e uma arma de fogo em um imóvel de Salvador, na Bahia, como parte da Operação Vigilância Aproximada, que tem como um dos alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. >
As apreensões ligadas à investigação aconteceram em pelo menos cinco cidades do país. Ao todo, a PF cumpre 9 mandados de busca e apreensão: Rio de Janeiro (5), Angra dos Reis (1), Brasília (1), Formosa (1) e Salvador (1). O objetivo é “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin”, diz nota da PF.>
Em Salvador, as apreensões acontecem em endereço ligado Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do exército que foi cedido para a Abin na gestão de Alexandre Ramagem.>
A operação investiga as ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Bolsonaro (PL). As investigações apuram se o ex-presidente usava a Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.>
Foram coletadas ilegalmente informações sobre 1,8 mil pessoas, entre elas deputados, jornalistas, advogados e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta a investigação. Nove mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo a pedido da PF.>
A operação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.>
A Operação Vigilância Aproximada, por sua vez, é uma continuação da Operação Última Milha, que, em outubro de 2023, chegou a prender servidores da Abin que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção. À época, o Estadão mostrou como a ofensiva ligou um sinal de alerta para o vereador Carlos Bolsonaro, que hoje é alvo de buscas.>
O funcionamento da inteligência do governo passado era algo do interesse de Carlos Bolsonaro, que tem estreita relação com Ramagem.>