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Esther Morais
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 11:30
Candidatos do concurso da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), aplicado no domingo (17), denunciam que ficaram detidos fora da sala de aula enquanto a prova era aplicada. O episódio ocorreu no Colégio Estadual Mário Augusto de Freitas, no bairro de Nazaré.>
A reclamação é de que parte dos estudantes, sob a alegação de irregularidades documentais, foram impedidos de sair da escola até o fim da prova. A espera para sair da escola foi de 4h30. A detenção ocorreu porque estes levaram documentos digitais - por meio dos celulares - ao invés de impressos para comprovar a identidade durante a prova. >
Os candidatos que apresentaram documentações físicas puderam entrar na sala e realizar o a prova, mas o grupo reclama que, por estar com celular e sem RG e CPF, não puderam realizar o concurso e ficaram detidos dentro da escola até a reabertura dos portões. >
Uma das denunciantes é Maria - nome fictício para proteção da denunciante. Ela conta que foi até o local com o celular em mãos, como fez no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas não entrou na sala de aula. A jovem chegou a ligar para a mãe e pediu os documentos físicos, mas a mulher teria sido proibida de ingressar no local. Maria então ficou fora da sala de aula, à espera do término da avaliação, para sair do colégio.>
"Essa falha organizacional demonstra a falta de preparo da banca para conduzir o certame com transparência e respeito às normas. A retenção injustificada dos candidatos, sem critérios claros ou respaldo legal, compromete a lisura do concurso e a confiança na sua imparcialidade", reclama um candidato. >
O edital, sob responsabilidade da banca da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), diz que "não será permitido o ingresso do candidato no local de realização das provas portando telefone celular, smartphones, equipamentos eletrônicos, BIP, walkman, pager, máquina gravador ou qualquer tipo de arma". >
Os candidatos, porém, protestam. "Sabemos que o edital norteia o concurso, no entanto, esse não pode ferir a lei. Uma vez que a Identidade digital é válida no Brasil por lei essa não pode ser recusada. Imagine em uma Blitz não ser aceita a CNH Digital. Isso não seria crime?", reclama um dos denunciantes. >
Os estudantes ainda apelam para outro termo do Edital, que prevê o seguinte: "O candidato que insistir em sair do recinto de realização das provas antes do horário permitido deverá assinar o Termo de Desistência, lavrado pelo Coordenador da Unidade Escolar, onde o candidato realiza as provas, declarando sua desistência do Concurso Público".>
A reportagem procurou a Polícia Militar e a Uneb para ter um posicionamento das denúncias e aplicação do Edital, mas as instituições não se pronunciaram. >