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Aberta a temporada de festas populares; veja histórias de quem que não perde uma

Festa de Santa Bárbara deu início às festividades de largo que só têm fim em fevereiro de 2025

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 14:59

Festa de Santa Bárbara lota Largo do Pelourinho Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O dia 4 de dezembro não é apenas a data escolhida para celebrar Santa Bárbara e Iansã como também é o marco inicial da temporada de festas populares em Salvador. Antes mesmo da chegada oficial do verão, a combinação de sol, música e fé mobiliza milhares de devotos, que começam a programação festiva com as comemorações religiosas e finalizam com a folia regada a axé e pagode. Nesta quarta-feira (4), não foi diferente: a Festa de Santa Bárbara reuniu os baianos que podem ser considerados 'arroz de festa de largo', já que não perdem uma.

Esse é o caso do empresário Tarcísio Tupinambá, que completou 51 anos no meio da maré de gente vestida de vermelho. Segundo ele, não há comemoração de aniversário melhor do que dedicar o dia inteiro à Santa Bárbara e começar a vivenciar o clima de festa que atinge a cidade.

“O que me atrai nessas festas é a popularidade e a ancestralidade. O povo baiano é muito protetor e receptivo, e Salvador é sinônimo de fé, religião, festa, Carnaval e futebol. Eu gosto de tudo isso. Minha festa favorita é o dia de Santa Bárbara e em seguida vem a Lavagem de Itapuã, que acontece no bairro em que moro. Só que, no tempo entre uma e outra, vou a todas”, conta.

Com programação definida para aproveitar a festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia, já no próximo domingo (8), Tarcísio diz que o segredo para ter pique até depois do Carnaval é planejar a rotina. “Eu acordo e como aquele feijãozinho antes de ir para qualquer festa de largo para conseguir aguentar a maratona. Depois da reza e de acompanhar a procissão, vou tomar uma gelada e sigo para as festas que tem nos arredores, sejam gratuitas ou particulares. Inclusive, já tenho ingresso comprado para uma depois da Lavagem do Bonfim, no ano que vem”, relata.

O professor Luiz José Souza, 46, é levado para as festas de largo desde criança. Antes, ele tinha a companhia da mãe, do pai, dos avós e dos tios, mas agora vai sozinho porque afirma que tomou gosto. “A festa para Santa Bárbara, por exemplo, remete à ancestralidade. Acho muito lindo ver essa união dos povos e gosto de ver a parte festiva. Conseguimos unir o útil ao agradável”, diz.

Festa de Santa Bárbara no Largo do Pelourinho Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

“Isso se repete em todas as outras festas populares que gosto de acompanhar e me programo. No dia, saio de casa vestindo uma roupa de acordo, tomo um cafezinho e como na rua. Aproveito para provar uma moela, um caruru ou feijão”, acrescenta Luiz José.

Devota de Santa Bárbara, a também professora Lívia Borges, 38, tem as festas populares como uma herança religiosa de família e leva isso a sério a ponto de tratar o comparecimento a cada uma delas como um compromisso inadiável. “Tenho que perpetuar essa tradição porque o que me atrai é a fé. Eu não costumo ficar para a festa, porque gosto apenas da parte religiosa. Hoje mesmo eu estou doente, com um princípio de pneumonia, mas prometi a Santa Bárbara que viria todos os anos e vim cumprir minha promessa”, enfatiza ela, que garante que também marcará presença nas outras festividades.

As festas populares vão até fevereiro. Depois de Santa Bárbara, a próxima festa é de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no dia 8 de dezembro. No dia 13, é a vez de Santa Luzia. No primeiro dia do ano, é a festa de Boa Viagem. Cinco dias depois, a Festa de Reis ocorre na Lapinha.

No dia 16 de janeiro, a Cidade Baixa recebe a Lavagem do Bonfim e no dia 31 de janeiro será comemorado o Dia de São Lázaro. No dia 2 de fevereiro ocorre o Dia de Iemanjá. Por fim, no dia 21 de fevereiro será celebrada a Lavagem de Itapuã.