'Estão nos perseguindo', denuncia prima de jovem morto em ação policial no IAPI

PM afirma que não houve denúncia formal sobre as ameaças. Caso aconteceu nesta quarta (16)

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Publicado em 17 de outubro de 2024 às 17:16

Alex Silton
Alex Silton de Oliveira Crédito: Arquivo Pessoal

“Nós queremos justiça e vamos até o fim! A gente não pode protestar que eles estão aqui perseguindo a gente. Somos seres humanos, trabalhadores, a gente quer fazer protesto para meu primo querido e não pode”, denuncia uma prima de Alex Silton de Oliveira, 18 anos, morto em ação policial no IAPI. Ela prefere não se identificar, por medo de represálias. 

Alex era motoboy e segundo a família estava na porta de casa, quando a Polícia Militar chegou atirando na localidade da Rocinha, no bairro do IAPI.  Já a PM afirma que houve troca de tiros e que o jovem estava armado, além de levar drogas - material apreendido com ele após a morte, segundo a corporação. 

"Após a troca de tiros, um suspeito foi encontrado ferido, sendo socorrido para uma unidade de saúde da região, onde não resistiu aos ferimentos. Com ele, foram apreendidos um revólver e munições calibre 32, porções de crack e cocaína ", disse a PM em nota.

Ameaças e perseguição

A prima de Alex confirmou ao jornal CORREIO que diversos familiares de Alex estão sendo ameaçados pela PM para que eles não protestem ou denunciem a ação policial. Segundo ela, o irmão mais novo da vítima, de apenas 16 anos, tem sido o principal alvo desta perseguição pelos policiais.

O pai de Alex, Alexandre, já havia feito uma denúncia similar à imprensa. "Vou procurar a Corregedoria, nem que seja a última coisa... Podem vir atrás de mim e me matar. Vocês são assassinos", desabafou Alexandre, falando ontem à TV Bahia. 

A Polícia Militar informou que até o momento não houve denúncia formal feita junto à Corregedoria nem à 37ª Companhia Independente (CIPM) sobre essa ameaça. "Os registros podem ser feitos junto à Ouvidoria do Estado ou na Corregedoria da corporação (Rua Amazonas, 13, Pituba)", informou a corporação.

"A PMBA reitera seu compromisso inabalável com a ética, a transparência e o respeito à lei, destacando que toda e qualquer conduta que viole os princípios institucionais é rigorosamente investigada. A corporação reforça que nenhum comportamento que esteja à margem da legalidade será tolerado e, havendo comprovação de transgressões, as medidas cabíveis serão adotadas, respeitando o devido processo legal e o direito à ampla defesa", acrescenta em nota.